COMPARSAS E SIMPATIZANTES

Josué Guimarães em vida teve amigos fieis. Depois se imortalizou para milhares de leitores. Aqui, alguns momentos entre amigo, algumas palavras de amigos, algumas pessoas marcadas pela memória e pela obra de Josué Guimarães.Millôr Fernandes, escritor
“Você me diz que eu não devo me dizer “seu admirador”. Quer dizer, só faltava essa. Os amigos me proibirem de admirá-los enquanto a censura, ao inimigos, me impede de esculhambá-los. Qué que há. Você tem sido um batalhador, um homem sincero e leal com os amigos. [...] Permiti-me admirá-lo?” (em carta, de 1973).

Carta de Millôr a Josué, de 1973

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Maria Luiza Remédios, pesquisadora
“Falar em Josué Guimarães hoje pra mim é falar de boa literatura, é falar de um jornalista excepcional, pelos tipos de crônica e pelos tipos, pseudônimos,   que ele propunha. É falar de amizade, do espírito de justiça que ele tinha, e de amor, e de amor, amor pela literatura e amor pela Nydia.”  (entrevista para o documentário A Jornada de Josué, em  outubro de 2009).

Com Xico Stockinger e Fernando Sabino
Ao lado de sua uma escultura, feita por Xico Stockinger

 

 

 

 

 

 

Joel Rufino, escritor
“Ele era um legítimo intelectual, isso porque nem todo escritor é intelectual. Muitos escritores são apenas escritores, praticam seu ofício como uma tarefa específica, como um ofício especializado e pouco querem saber do resto. O Josué era diferente. Ele era escritor e intelectual, ou seja, ele funcionava como uma espécie de porta-voz dos escritores.” (entrevista para o documentário A Jornada de Josué , em março de 2010).

Adriana Guimarães, filha
“Eu acho que eu fui até uma criança muito solta em função disso, porque eles tinham uma vida tão cheia e eram pessoas muito felizes. Assim era, e eu acho que a vida flui melhor quando as pessoas também são felizes.” (entrevista para o documentário A Jornada de Josué, em março de 2010).

Nydia Guimarães as filhas de Josué, na rua Josué Guimarães, em Canela (RS).

 

 

 

 

 

 

Nydia e Adriana Guimarães, com Mário Quintana

 

 

 

 

 

 

Ivan Pinheiro Machado, editor
“Eu acho que o Josué, analisando hoje, realmente é um dos grandes romancistas da história da literatura gaúcha”. (entrevista para o documentário A Jornada de Josué, em junho de 2010).

Maria da Glória Bordini, crítica literária
“Josué Guimarães era um político num outro sentido, aquele bom sentido, daquele cidadão que se preocupa com o bem comum com a esfera pública, o que hoje é uma coisa meio perdida. É o tipo de pessoa que pensa além dos seus próprios interesses pra cuidar do interesse da população em geral, principalmente da menos privilegiada. Eu acho que por aí o Josué foi um político, e isso se espalhou por toda a sua produção, tanto de jornalista quanto de escritor.” (entrevista para o documentário A Jornada de Josué, em junho de 2010).

Josué e Nydia Guimarães, com Maria da Glória Bordini (sentada, à direita).

 

 

 

 

 

Sergius Gonzaga,  professor
“O que eu recordo sempre do Josué é essa figura humana cálida, essa figura humana extraordinariamente acessível, extraordinariamente generosa, extraordinariamente solidária.” (entrevista para o documentário A Jornada de Josué, em junho de 2010).

Moacyr Scliar, escritor
“Josué era uma figura notável. Todos nós procurávamos também defender a luta contra a ditadura, contra a opressão, contra a censura, contra as limitações da liberdade de expressão. Mas o papel dele era realmente muito grande.” (entrevista para o documentário A Jornada de Josué, em junho de 2009).
Edgar Vasques, ilustrador
O Josué Guimarães estava vivendo em Portugal no momento da Revolução dos Cravos e, talvez por falta de experiência dos portugueses, que estavam há trinta e tantos anos sob uma ditadura tacanha do Salazar, ele foi, de certa forma,  o mentor da retomada de uma imprensa satírica em Portugal,  praticamente sozinho,  com a ajuda do Roberto Silva, que é um grande artista gráfico gaúcho. Fizeram um jornal chamado Chaimite.”(entrevista para o documentário A Jornada de Josué, em junho de 2009).
 

Edgar Vasques, Moacyr Scliar e Luis Fernando Verissimo, os comparsas de Pega pra kaputt!

 

 

 

 

 

 

 

Josué ao fundo, em primeiro plano Leonel Brizola.

 

 

 

 

 

 

 

Regina Zilberman, pesquisadora
“Eu acho que o Josué é um escritor, uma pessoa importantíssima na vida política do Rio Grande do Sul e na vida literária. Na política porque ele foi o escritor mais perseguido do Rio Grande do Sul. Teve que se exilar, teve que fugir, passou tempos escondido em São Paulo em casas de amigos, usando um nome diferente, pseudônimo, Samuel Ortiz.” (entrevista para o documentário A Jornada de Josué, em janeiro de 2010).

Luis Fernando Veríssimo, escritor
“A minha amizade com o Josué foi uma amizade herdada, porque ele era muito amigo do pai, os dois se davam muito bem e eventualmente a Lúcia e eu começamos também a frequentar o Josué e a Nydia.”

Josué Guimarães e Erico Verissimo

 

 

 

 

 

Josué e Lúcia Verissimo

 

 

 

 

 

Josué e Nydia Guimarães, com Luis Fernando Verissimo.

 

 

 

 

 

 

 

“Eram tempos terríveis. Claro que eu não posso me queixar de ter sofrido o que o próprio Josué sofreu, a perseguição [...] mas a gente sofria restrições. Havia assuntos em que não se podia tocar, inclusive nomes. Ninguém podia escrever sobre o Brizola, por exemplo, nem sobre D. Elder Câmara, por incrível que pareça.” (entrevista para o documentário A Jornada de Josué, em novembro de 2010).
 

Josué e Nydia Guimarães com Mario Quintana, Antônio Callado, Ziraldo e Olga Reverbel.

 

 

 

 

 

Marcelo Canellas, jornalista e escritor
“Embora ele tenha sempre se referido a elementos do realismo mágico na sua obra,  acho que a realidade objetiva do mundo exterior é que ficou marcada na sua obra. Acho que o realismo realmente objetivo, no meu ponto de vista,  é uma herança da experiência dele como jornalista. Por isso, então, tenho uma identificação profunda com ele,  pelo fato de também ser jornalista e de não fazer outra coisa nos últimos vinte e tantos anos a não ser recolher todos esses conflitos e as contradições da vida, os dramas humanos, enfim, tudo o que se compõem essa perplexidade dentro da natureza humana que o jornalismo possibilita.”  (entrevista para o documentário A Jornada de Josué, em agosto de 2009).

Monique Revillion, escritora
“Falar sobre Josué Guimarães é lembrar um excelente contador de histórias. Eu li uma vez uma entrevista dele que ele dizia isso, que  toda boa literatura tem que ter uma história por trás”. (entrevista para o documentário A Jornada de Josué, em agosto de 2009).

Lauro Schirmer, jornalista
E assim como D. Quixote arremeteu, “dando de esporas em seu cavalo Rocinante, sem atender as vozes que seu escudeiro Sancho lhe dava, advertindo que eram moinhos de vento e não gigantes”, Josué marcou quixotescamente muitos lances de sua vida, no jornalismo e na política, mas sem se converter, jamais, num cavaleiro de triste figura. Quixotesco muitas vezes, sim, mas um cavaleiro de notável figura. (Zero Hora, Porto Alegre, 18 março de 2006).

Gervásio Neves, professor
“Ele nunca foi chefe, ele foi sempre um amigo e um incentivador. Era uma pessoa que via o seu produto sempre com imensa alegria. Isso é uma coisa muito rara, muito difícil encontrar entre os chefes,  essa alegria da execução daquilo que foi proposto.” (entrevista para o documentário A Jornada de Josué,  em agosto de 2009).

Lya Luft, escritora
“Josué Guimarães politicamente era uma pessoa sem medo, ele era um destemido.”  (entrevista para o documentário A Jornada de Josué, em novembro de 2010).
 

Josué com Orígenes Lessa e Lya Luft.

 

 

 

 

 

Capparelli
“Essa pessoa íntegra que era Josué significa que o que escreve em literatura certamente rebate dentro no jornalismo que vai, de certa maneira, repicar num encontro, na Jornada de Passo Fundo, e que vai, a partir de tudo, rebater de uma maneira muito mais forte no futuro, que faz com que estejamos falando sobre ele.” (entrevista para o documentário A Jornada de Josué, em novembro de 2010).

Tania Rösing, coordenadora das Jornadas Literárias de Passo Fundo
“É muito significativo saber que um homem com a experiência de vida profissional, pessoal, com o destaque político que ele teve, com a sua vivência de homem exilado, deu ouvidos a uma professora, a mim, e a uma ideia, a de uma jornada literária em Passo Fundo.” (entrevista para o documentário A Jornada de Josué, em junho de 2011).

Inácio Loyola Brandão, escritor
“Eu gosto do Josué, ele é narrador, ele é contador de histórias, tem um estilo, conta bem, conta direito, não é rebuscado, não é intelectual, enfim não é o chato. É aquele que narra e te prende. Pra mim é essa a grande virtude de um escritor” . (entrevista para o documentário A Jornada de Josué, em agosto de 2009). 

Nydia Guimarães na 3ª Jornada Nacional de Literatura, com Acyoli, Tania Rösing e Ilana Rösing,  Inácio de Loyola Brandão, Moacyr Scliar,  Benjamim Abdalla e Vasco Prado.

Nino Machado, sobrinho
“É até desnecessário dizer que ele era um sujeito inteligentíssimo, extremamente observador e duma sagacidade, assim, por vezes  até duma mordacidade, duma ironia fantástica.” (entrevista para o documentário A Jornada de Josué, em junho de 2011).

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