OBRA
Os ladrões, Contos. Rio de Janeiro Forum, 1970. l84 p.
Trata-se do primeiro livro de contos do jornalista e escritor Josué Guimarães. Possui ilustrações de Poty, tendo como epígrafe, a cada texto, versos de Mário Quintana.
A ferro e fogo, I: tempo de solidão. Romance. Rio de Janeiro, Sabiá, 1972. 237 p. (1ªedição)
Qual teria sido, na realidade a participação dos alemães na formação do Rio Grande do Sul? Este extraordinário romance nos dá o primeiro painel de uma conturbada época rio-grandense, sempre às voltas com o entrecortar de espadas e de lanças na demarcação das fronteiras nacionais.
São imigrantes alemães vivendo as suas misérias e desencantos, suas conquistas, seus momentos de ternura e saudade, seu trabalho de sol a sol, suas desavenças, rancores e ódios. É o desespero de quem se vê de uma hora para outra, jogado em terras distantes. Castelhanos e índios, caudilhos e politiqueiros, soldados e prostitutas, formando o grande pano de fundo da vida dos que chegaram ao Brasil atraídos por promessas e garantias fugazes. O tempo passou com sofrimento, privações, trabalho e luta. Os imigrantes de ontem, hoje estão incorporados na nacionalidade, mesclando raças e claramente influentes no processo de desenvolvimento nacional, na política, nas artes, nos esportes, etc... Tudo isso conseguido a ferro e fogo.
Sem datas ou minúcias históricas que o tornassem enfadonhamente didático. A ferro e fogo – tempo de solidão, é um romance fascinante, denso, ágil, verdadeira saga da colonização do estado do Rio Grande do Sul
(L&PM)
Depois do último trem. Romance. Rio de Janeiro, José Olympio, 1973. l40 p. (1ªedição)
Nesta novela lapidar, Eduardo retorna, depois de uma longa ausência, para sua terra natal, a cidade fictícia de Abarama, prestes a sumir do mapa devido a uma barragem que vai alagá-la. A cidade que o protagonista visita é praticamente um cemitério de almas e casas abandonadas. Lançando mão de uma apurada técnica narrativa, Josué Guimarães dá voz ao estado de espírito dos últimos habitantes de Abarama e, ao fazer o dramático relato de vidas que não têm saída, ombreia com os mais expressivos escritores latino-americanos.
Depois do último trem é tributário de Juan Rulfo quanto ao tema e de Kafka quanto ao registro realista e linear usado para tratar de uma situação absurda. Aproxima-se da melhor literatura fantástica ao abordar o desespero do personagem frente a uma realidade estranha aos seus sentimentos. Trata-se de um grito desesperado e impotente diante do mundo e da passagem do tempo – estes contrariam a natureza do ser humano, que, em meio a perdas, numa paisagem desolada, teima, insiste e continua esperando pelo último trem, que já muito já passou
(L&PM)
A ferro e fogo, II: tempo de guerra. Romance. Rio de Janeiro, José Olympio, 1975. 265 p. (1ª edição)
"O rio Grande do Sul de J. G. nos mostra, embora como o outro, forjado a ferro e fogo, uma terra quase estranha, fantástica, nos tempos de solidão da chegada das primeiras levas de colonos alemães" - Remy Gorga, filho (Jornal do Brasil)
A ferro e fogo, II: tempo de guerra, é a continuação da saga que narra a história dos imigrantes alemães na colonização do estado do Rio Grande do Sul.
É tarde para saber. Romance. Porto Alegre, L&PM, 1977. l60 p.
Neste romance, o consagrado autor de A Ferro e Fogo e Os Tambores Silenciosos constrói uma história de amor envolvendo dois jovens cheios de ilusões e esperanças. Com a força e a maestria de sua narrativa, Josué Guimaraes fez de É tarde para saber um livro apaixonante, que cativa e comove o leitor.
É tarde para saber situa–se num momento tumultuado da vida brasileira no fim da década de 70. Jovens idealistas de todo o país insurgiam–se contra a ditadura militar correndo riscos diante do enfrentamento com a dura repressão policial. É uma história ambientada naqueles tempos difíceis, onde os presos políticos eram torturados e seguidamente arrancados do convívio de sua família, desaparecendo misteriosamente para sempre.
Compromissado com seu país e com seu tempo, este livro de Josué Guimarães é um dos seus maiores sucessos, com mais de 150 mil exemplares vendidos, emocionando leitores em todos os cantos do país. Aqui, o autor de Camilo Mortágua, A Ferro e Fogo (vol. 1 e 2), Enquanto a Noite Não Chega, entre tantos outros, alcança uma vez mais um momento importante dentro da literatura brasileira.
(L&PM)
Os tambores silenciosos. Romance Porto Alegre, Globo, 1977. 2l4 p. (1ª edição)
Nesta obra, que mereceu o Prêmio Erico Verissimo de Romance em 1975, Josué Guimarães constrói a imaginária Lagoa Branca, pequena cidade gaúcha situada num ponto qualquer entre Passo Fundo e Cruz Alta.
A história transcorre na Semana da Pátria, em 1936, época que antecede a implantação do Estado Novo por Getúlio Vargas. O prefeito, um ditador empenhado em tornar seu povo "feliz", proíbe a distribuição de jornais e a posse de aparelhos de rádio, além de censurar a correspondência dos cidadãos. Afinal, como ter paz de espírito com tantas notícias sobre fuzilamento, miséria e epidemias?
Ao contrário das tradicionais epopéias gaúchas, não há nenhum gesto heróico em Os tambores silenciosos. As personagens presentes são políticos medíocres e dominados pela ambição, mulheres infiéis e policiais violentos.
Através de um par de binóculos, o leitor vai acompanhar o olhar de sete curiosas solteironas, penetrando em recantos de alcovas e no gabinete da prefeitura. Com humor e cinismo, qualidades próprias para compor a caricatura de um sistema autoritário, Josué Guimarães aniquila essa microditadura e constrói uma obra perfeita, na melhor linhagem do realismo fantástico.
(L&PM)
Dona Anja. Romance. Porto Alegre, L&PM, 1978. 20l p.
A aprovação do divórcio pelo parlamento brasileiro em 3 de dezembro de 1977 significou naqueles tempos uma dura, suada, difícil e comemorada vitoria. O país inteiro parou - como numa final da Copa do Mundo - para ouvir a votação da emenda do Senador Nelson Carneiro que instituía o divórcio.
O país estava dividido: de um lado os conceitos arcaicos de moralistas conservadores, de outro os pregadores dos novos tempos. Como na Copa do Mundo o resultado final foi comemorado nas ruas, depois de acaloradas discussões que se iniciaram nos lares, ganharam as ruas e se espalharam pelos recantos mais distantes e improváveis, como a "casa" de Dona Anja e de suas pacientes e encantadoras meninas. Um local inventado pelo escritor Josué Guimarães para registrar este fato que comoveu a nação e que, além de mudar a vida de milhares de pessoas, serviu de mote para uma das mais deliciosas novelas produzidas pela literatura brasileira.
(L&PM)
Pega pra kapput! Novela c/Moacyr Scliar, Luís Fernando Veríssimo e Edgar Vasques. Porto Alegre, L&PM, 1978. l2l p.
PEGA PRA KAPUTT! – De como o espírito tormentoso e ditatorial de Adolph Hitler abandonou as cinzas de Berlim ocupada e foi aportar nas calmas paragens de uma praia ao sul do mundo.
Pega pra Kaputt foi editado pela primeira vez em dezembro de 1977 e tem sido um sucesso nesses seus 27 anos de vida. O livro nasceu de uma brincadeira entre amigos para se transformar em um verdadeiro clássico entre o restrito mundo das obras coletivas.
30 de abril de 1945 – Os tanques soviéticos rolam pelas ruas da arrasada Berlim. (...) Em seu bunker secreto, Adolf Hitler está reunido com seus auxiliares. (...) O que Hitler examina é o plano Olho da Fênix, uma complicada trama destinada a garantir sua fuga para a América Latina, onde não lhe faltam amigos. Para evitar suspeitas, Hitler deverá se disfarçar de rabino ortodoxo.
Das ruínas da Segunda Guerra Mundial emerge esta história de mistério, de crime, de ódio, de amor, de mistério (de novo) e sobretudo de humor – um desafio que três ficcionistas e um cartunista se lançaram mutuamente, cada um aprontando uma pior para o companheiro. Foi estabelecido um regulamento básico e breve; não haveria nada no texto que indicasse a autoria (a única autoria explícita, por razões óbvias, é a do Edgar); seria sorteada uma ordem, cada autor faria um capítulo e passaria ao companheiro que se encarregaria de seguir a história sem nenhuma combinação prévia de tema, personagens ou época; a história deveria ser coerente, com sequência, preservando os personagens.
(L&PM)
Enquanto a noite não chega. Novela. Porto Alegre, L&PM, 1978. ll5 p.
Em Enquanto a noite não chega, Josué Guimarães atinge momentos de surpreendente lirismo e suave poesia. É a história de uma cidade abandonada, onde os últimos moradores são um casal de velhinhos, Dom Eleutério e Dona Conceição, e um coveiro, Seu Teodoro, que mantém duas sepulturas abertas à espera de que os dois morram e ele possa ir embora para outra cidade. Mas então, acontece o inesperado...
(L&PM)
O cavalo cego. Contos. Porto Alegre, Globo, 1979. l54 p. (1ª edição)
Josué Guimarães conquistou um enorme público de leitores e admiradores pela sua capacidade de narrar, inventar e encantar. Autor de A Ferro e Fogo I - Tempo de Solidão, A Ferro e Fogo II - Tempo de Guerra, Camilo Mortágua, É Tarde para Saber, Enquanto a Noite Não Chega, entre outros, Josué rompeu as fronteiras da literatura regional e tornou-se, depois de Erico Verissimo, o romancista gaúcho com maior número de leitores pelo Brasil inteiro. O grande contador de histórias surge nesta magnífica seleção de contos, gênero que ele valorizou e produziu verdadeiras obras-primas. Este conjunto de histórias curtas traz o que Josué Guimarães tem de melhor; a habilidade na construção da trama, a precisão de suas descrições e o fascínio de sua ficção, que oscila entre o realismo e o fantástico numa conjunção mágica que nos faz reconhecer a literatura de qualidade superior. O Cavalo Cego é um livro fundamental para conhecer ainda mais este grande escritor. Pois através das histórias aqui reunidas se terá uma idéia precisa do universo ficcional que determinou alguns dos maiores romances da literatura brasileira.
(L&PM)
A casa das quatro luas. Infantil. Porto Alegre, L&PM, 1979. 132 p.
As aventuras de seis crianças que exploram o sítio do avô de uma delas. Descobrem uma casa antiga, enorme e cheia de mistérios. Em cada lado da velha construção, as crianças vêem uma lua. À procura de tesouros, encontram relíquias de família gastas com o tempo. O tom de suspense e movimento é uma constante nesta narrativa, sem, no entanto, impedir que a leveza e a alegria estejam presentes nas combinações e decisões do grupo.
(L&PM)
Camilo Mortágua. Romance. Porto Alegre, L&PM, 1980. 454 p.
Neste romance, Josué Guimarães nos dá um painel inédito de sua ficção, contando de maneira apaixonante a decadência de uma família de pecuaristas da fronteira gaúcha, com todas as suas misérias e grandezas.
A história de Camilo Mortágua - uma velha e apascentada idéia do autor - reproduz, de certa forma, o drama de dezenas de famílias gaúchas que, baseando seus rendimentos na exploração de rebanhos na fronteira, levaram suas vidas luxuosas na capital do Estado, num fausto que fez época e que, com o passar do tempo, terminou por arruiná-las.
Através de uma elaborada técnica romanesca, Josué Guimarães traça um perfil preciso de seus personagens, mesclando fantasia e realidade. São homens e mulheres que se movimentam com independência na trama de suas vidas. Vencedores e perdedores; amores intensos e solidão; poder e miséria. Uma narrativa implacável que conduz o leitor a momentos de emoção levados pela poderosa ficção.
(L&PM)
Era uma vez um reino encantado. Infantil. Porto Alegre, L&PM, 1980. 40 p. Col. Infantil.
Uma história que tem como pano de fundo a ecologia, ou melhor, a conscientização da criança sobre problemas ecológicos tais como: poluição, devastação das florestas e o descaso do homem pelo meio ambiente. A chave da narrativa é uma reunião realizada em um bosque, onde estão presentes os célebres personagens dos contos de fada e da literatura infantil, como a Branca de Neve, Cinderela, Pinóquio, os Músicos de Bremen, Peter Pan, Pedrinho, Narizinho, Emília, João Pé-de-Feijão, Chapeuzinho Vermelho e muitos outros.
(L&PM)
A onça que perdeu as pintas. Infantil. As incríveis histórias do tio Balduíno. Rio de Janeiro, Salamandra, 1981. v. 32p.
Nem toda criança tem a sorte de contar na vida com um tio generoso e, o melhor ainda, grande inventor de histórias. Tio Balduíno é uma pessoa que sabe de muitas coisas e, de maneira agradável, acrescenta às suas histórias relatos feitos de maneira imaginativa e humorada. Gentil para com todos, só não gostava de uma coisa: que duvidassem das suas histórias! Como era o costume, todos se reunião para saborear novas aventuras e, com essa, não foi diferente. Tio Balduíno, avisou logo no início que, para a tarde que iniciava, a história seria estranha e perigosa...Algo lhe aconteceu durante uma caçada na região do alto sertão da Argentina, onde por diversas vezes quase perdera a vida.
Doña Angela, Romance. Trad. Stela Mastrangelo. México, Edivision Compania Editorial S. A., 1981. 222 p.
Xerloque da Silva em "0 rapto da Dorotéia". Infantil.Porto Alegre, L&P 1982.36p. Col. Infantil.
Pois não é que a Dorotéia, galinha de estimação da família, havia sumido sem deixar traço nem pedir licença? Teria sido roubada para acabar em alguma panela mais vazia ou tivera um ataque de independência e resolvera correr mundo? Pedrinho, porém, não ia deixar isso assim, não senhor. Logo a Dorotéia, tão sua amiga? De manhã cedo, pegou uma lupa e um boné velho do pai e convocou o Chico para servir de Dr. Watson. E daí partiram o novo Xerloque - da Silva - e seu fiel companheiro para resgatar a Dorotéia. Irão conseguir alguma pista? Espie aí e veja.
(L&PM)
O gato no escuro. Contos. Porto Alegre, L&PM, 1982. 144 p.
O gato no escuro é uma reunião de histórias fascinantes, com a marca do grande narrador. Um conjunto onde se percebe a maestria do criador de personagens fortes, marcantes, integrados em atmosferas de confronto, lirismo e dramaticidade.
(L&PM)
Meu primeiro dragão. Infantil. Porto Alegre, L&PM, 1983. 40p. Col. Infantil.
A história da profunda amizade entre um menino e um dragão e as conseqüências dessa amizade peculiar. Como em seus demais livros para crianças, Josué Guimarães utiliza uma linguagem simples e envolvente, fascinando o pequeno leitor
(L&PM)
Xerloque da Silva em "Os ladrões da meia-noite". Infantil. Porto Alegre, L&PM, 1983. 40p. Col. Infantil.
Pedrinho foi passar quinze dias de suas férias na casa do Tio Tancredo, num tranqüilo lugarejo do interior. Como não podia deixar de ser, Chico arranjou um jeito de ir junto. E como não podia deixar de ser também, já no
segundo dia aconteceu um caso muito estranho. Um caso perfeito para Xerloque da Silva!
(L&PM)
Um corpo estranho entre nós dois. Teatro - Peça em três atos. Porto Alegre, L&PM, 1983. 74p.
Texto dramático que tem em cena somente dois personagens, Arnaldo e César. A trama é constituída de tragicomédia, em meio a dores e risos, drama sentimental, amores frustrados, mobilização de emoções por meio de diálogos entre dois homens apaixonados pela mesma mulher. A peça é dividida em três atos, contando apenas com três personagens: Arnaldo, casado com Débora (constante somente em fotografias guardadas) e César, amante desta.
História do agricultor que fazia milagres. Infantil. São Paulo, Nacional, 1984. 44p. Col. Passelivre, 4.
Tio Balduíno, sempre muito criativo, adora contar histórias para seus sobrinhos... E é cada história difícil de engolir! Ele conta para os pequenos que, durante a Segunda Guerra Mundial, ele plantou uma espiga de milho tão grande, mas tão grande, que, para ser carregada, precisava de uma carreta com duas juntas de bois! E, afirma: “não que eu me julgue uma pessoa diferente das outras [...] mas a verdade é que nunca me conformei com a rotina, sempre quis inovar, fazer coisas que os outros nem sequer pensavam”.
O avião que não sabia voar. Infantil. São Paulo, Nacional, 1984. 46 p. Col. Passelivre, 22
Era costume: aos domingos, os sobrinhos rodeavam o Tio Balduíno para escutar suas aventuras! Em outra façanha daquelas, o tio criativo usa o bom humor para contar sua saga de ex-piloto militar que afirma ter sido passageiro de um desastrado voo, lá por meados de 1946. Por algum motivo muito misterioso, o tal avião cismou em não decolar! Afirmou, Tio Balduíno, ao iniciar sua história:” foram momentos terríveis aqueles vividos por todos nós”.
Amor de perdição. Novela. Porto Alegre, L&PM, 1986. 72 p.
Josué Guimarães, ao citar a célebre obra de Camilo Castelo Branco, narra a triste história do romance entre Giuseppe Garibaldi e Manoela, sobrinha do General Bento Gonçalves, comandante dos Farrapos. Preciso e melindroso, o texto marca novamente o talento incomparável de jornalista e escritor. Novela simples, porém, elaborada de forma requintada, plena de emoções verdadeiras, convida o leitor a acompanhar nos mínimos detalhes o amor existente entre o casal. A Revolução Farroupilha serve de cenário e retrata tempos difíceis vivenciados por homens bravos que conviveram com privações. Em meio a tantas dificuldades, nem mesmo as batalhas conseguiram romper os fortes preconceitos.
A última bruxa. Infantil, Porto AIegre, L&PM. 1987. 40 p. Col. Infantil.
Com um estilo claro, objetivo e lírico, Josué Guimarães cria uma bruxa “sui generis”. Assustada, insegura de seus poderes, a última bruxa tem medo da cidade grande, da correria do mundo, dos arranha-céus. Num texto ágil, Josué envolve o leitor com uma história em que paradoxalmente a bruxa não tem um significado apavorante e que, de dentro da fantasia absoluta, aparece uma mensagem tão realista quanto generosa.
Confira a seguir um trecho do livro:
"Era dia de aniversário da vovozinha. Fazia 221 anos. Como dizem as pessoas bem-educadas, vovozinha completava 221 primaveras! Apesar disso, ela jurava estar na flor da idade, pois sabia que suas antepassadas chegavam, muitas vezes, aos quinhentos anos. E mais: não morriam como a gente. Iam ficando sequinhas, murchas e se acontecia ventar muito, coisa assim de vendaval, se desfaziam em poeira e desapareciam para todo o sempre...."
(L&PM)
As muralhas de Jericó. Porto Alegre. , L&PM. 2001. 210 p.
No ano em que Josué Guimarães faria 80 anos, A L&PM Editores com o Instituto Estadual do Livro/RS e o Acervo Literário Josué Guimarães do Programa de Pós- graduação em Letras da PUCRS, lançam As muralhas de Jericó, escrito quando Josué tinha 31 anos, e ainda inédito até hoje, 15 anos depois da sua morte. Este relato é o resultado de uma grande viagem que foi realizada em 1952 a então União Soviética e a recém-convertida China Comunista. Josué fez parte do primeiro grupo de jornalistas brasileiros a entrar na China de Mao Tse-tung e constatar as profundas modificações operadas pela revolução comunista de 1948.
Logo nas primeiras páginas percebemos o texto límpido e claro que sempre caracterizou a prosa do grande escritor. Narrado na primeira pessoa, As Muralhas de Jericó revela, além das novidades que o repórter encontrava a todo o instante, um pouco da alma de Josué Guimarães, do seu humor, o profundo senso de observação e, acima de tudo, a generosidade, marca indelével da sua personalidade. É com esta generosidade que Josué Guimarães descreve, entusiasmado, a construção de uma utopia que, ele imaginava, poderia conduzir a um mundo melhor
(L&PM)
Garibaldi & Manoela: uma história de amor. Romance. L&PM. 2009. 52 p.
O valente marinheiro italiano Giuseppe Garibaldi vem ao Brasil e participa da Guerra dos Farrapos, ao lado do general Bento Gonçalves. Aqui, conhece a jovem Manoela, sobrinha de Bento, e se apaixona por ela. Mas era um amor sem futuro.
Baseado nesta história realmente acontecida, Josué Guimarães escreve um romance de amor belo e triste, que se desenrola no meio de uma das grandes guerras da história do Brasil. Durante dez anos, entre 1835 e 1845, homens e mulheres de grande valor lutaram pela república e pela liberdade.
(L&PM)