Por: Assessoria de Imprensa
Fotos: Camila Guedes
Primeira exposição oficial após a reabertura do MAVRS traz a arte contemporânea em diferentes linguagens e mais próxima das pessoas
Com uma grande intervenção na fachada, o Museu de Artes Visuais Ruth Schneider (MAVRS), ligado à Vice-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários da Universidade de Passo Fundo (VREAC/UPF), celebrou, na noite dessa segunda-feira, dia 5 de agosto, a abertura da sua mais nova exposição: “Da abertura, o espaço”, do artista Elias Maroso. Com a presença do artista, de professores e acadêmicos da Instituição e de pessoas da comunidade, a cerimônia marcou a primeira exposição oficial após a reabertura dos museus.
Com curadoria da professora do curso de Artes Visuais Me. Luciane Campana Tomasini, a nova exposição do MAVRS é simbólica e representa, por meio de diferentes linguagens, o momento que o museu está vivendo. “O Elias fala dos conceitos de dentro e fora, da ideia de se estar dentro e sair para o espaço externo, que é o que a gente quer nesse momento no MAVRS. A gente quer que a população venha para dentro do museu e que o museu saia de dentro desse conceito de espaço fechado”, explicou a professora.
Natural de Sarandi, Maroso é, além de artista, um pesquisador da área e suas obras são resultado de suas pesquisas no mestrado e doutorado em Artes Visuais. Segundo o artista, seus trabalhos refletem justamente sobre os trânsitos entre dentro e fora da exposição e sobre a condução expositiva. “Meu trabalho é sobre criar circuitos de dentro e fora do espaço de exposição, entendendo a arte mais como uma dinâmica transformativa do que uma área do conhecimento estanque, que só acontece em locais fechados. Eu trago diferentes linguagens, desde objetos, placas luminosas, vídeos, fotografias, ensaios visuais e desenhos”, contou.
Para ele, é muito interessante a relação feita entre a exposição e a abertura dos museus. “Eu trabalho com a ideia de criar aberturas, criar capilaridades para os espaços expositivos, então, há essa relação com a abertura literal do MAVRS. Há, também, a possibilidade de abertura à comunidade, de abrir a arte para outras pessoas, não só especialistas”, pontuou, completando que é algo muito importante, principalmente para a arte contemporânea, que, muitas vezes, fica confinada a locais especializados. “É preciso se pensar a arte contemporânea também no interior, porque se entende muito que a arte contemporânea é ligada aos grandes centros. Quando você a traz para o interior, as relações mudam, porque a arte contemporânea se quer mais aberta para experiências no espaço”, completou.
Aula inaugural
Além da abertura da exposição, Maroso também foi convidado para ministrar a aula inaugural dos cursos de Artes Visuais – Licenciatura e Bacharelado. Para a coordenadora dos cursos, professora Me. Mariane Loch Sbeghen, esse contato dos acadêmicos com os artistas é sempre muito importante porque dá uma projeção aos estudantes. “Aqui, a gente vê o produto final, e, na conversa, ele consegue falar sobre o processo. A nossa instituição fala sobre processo, sobre conhecimento, e nada melhor do que essa fala, esse contato in loco com o artista, em um contexto no qual ele está expondo a obra e pode realmente falar sobre o processo”, destacou.
Despedida
A noite de abertura também marcou a despedida da coordenadora do MAVRS e do Museu Histórico Regional (MHR) Tania Aimi. Após 24 anos no cargo, Tania escolheu deixar a Instituição.
Presente no evento, o vice-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários da UPF, professor Dr. Rogerio da Silva, destacou o trabalho incansável da coordenadora na preservação, manutenção e melhoria do espaço. “Eu tenho visto na Tania a angústia, a vontade e a dedicação para que as coisas aconteçam da melhor forma nessa longa trajetória de UPF. E nós não poderíamos deixar de fazer esse reconhecimento. Temos certeza de que sempre que for necessário vamos poder continuar contando com ela e que ela vai continuar levando a marca da Universidade. Em nome da Reitoria, eu agradeço pelo trabalho realizado durante todos esses anos. A cultura de Passo Fundo deve muito a você”, disse.
Emocionada, Tania recebeu o carinho de todos os presentes e lembrou da sua trajetória na coordenação dos museus, que ela chamou de seus “dois amores”. Ao encerrar, frisou a alegria por, antes de sair, viver esse momento de ver novamente os museus abertos em uma época em que tantos espaços culturais estão fechando suas portas. “Eu saio feliz porque saio com os museus aqui, de portas abertas, prontos para receber a arte maravilhosa que nós temos aqui no Rio Grande do Sul”, finalizou.
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