Trote do Bem: o primeiro contato dos estudantes de Medicina com os pacientes
18/08/2022
14:29
Por: Assessoria de Imprensa
Fotos: Camila Guedes
Ação realizada no Hospital São Vicente de Paulo aproxima novos estudantes do curso e crianças em tratamento oncológico
Quem é mais velho lembra: raspar o cabelo dos aprovados no vestibular era um rito obrigatório. Com o tempo, a prática foi sendo deixada de lado. Mas desde 2018, os acadêmicos do curso de Medicina da Universidade de Passo Fundo (UPF) não apenas retomaram a prática, como ressignificaram esse gesto, transformando o momento de entrada na faculdade em uma ação de empatia e solidariedade com a criação do Trote de Bem. A iniciativa leva os novos ingressantes do curso para o Espaço Lúdico da Oncologia Pediátrica do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), onde as crianças em tratamento quimioterápico raspam os cabelos dos meninos e cortaram os das meninas.
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Neste ano, a ação ocorreu em dois momentos devido às restrições de acesso ao Hospital: a primeira no dia 9 de agosto e a última, no dia 18. Ao todo, 13 estudantes do primeiro e segundo nível do curso participaram da atividade. Entre eles, o acadêmico Matheus De Bona Comin. “Nos nossos níveis iniciais nós não temos muito contato com as pessoas. Então, quando descobri que tinha essa oportunidade de vir aqui, fazer essa ação, conhecer os pacientes, foi muito importante”, conta. Para o estudante, ver os pacientes se divertindo faz do Trote um momento muito especial. “É muito significativo para nós, termos esse primeiro contato com o hospital e poder fazer um pouquinho por eles, assim como eles fazem por nós”, complementa.
“Foi uma experiência que me marcou muito”
O Trote do Bem é uma iniciativa da Associação Atlética Acadêmica Gaúchos de Passo Fundo (AAAGPF) e tenta fazer com o que o tratamento para o câncer e a perda de cabelos, que muitas vezes ocorre em função desse tratamento, seja um momento mais leve. A doação de cabelos é recebida pelo Núcleo de Cuidados Integrativos do HSVP e as mechas arrecadadas são transformadas em perucas e doadas para os pacientes.
Em 2019, quando ainda era bixo do curso, Valentine Laimer de Camargo foi uma das primeiras a se voluntariar para doar o cabelo. “Foi uma experiência que me marcou muito”, lembra. Hoje, como coordenadora social da Atlética, ela conduziu e acompanhou os novos estudantes na ação. “É uma iniciativa que promove um bem muito grande para todos os estudantes e também para os pacientes. A gente iniciar a faculdade desse jeito, é maravilhoso, é uma experiência muito boa. Porque nós estamos iniciando em um curso em que se propõe a cuidar do próximo e já entrar fazendo o bem para o próximo é uma coisa maravilhosa”, comenta.
Quem aproveitou muito a atividade foi o Pedro Henrique. Com uma das mãos no bolso, ele se sentiu em casa e mostrou que tem muito talento como cabeleireiro. Aos 10 anos, ele vem de Carazinho, onde mora, ao Hospital pelo menos uma vez por mês para fazer o acompanhamento de uma anemia hemolítica, uma doença que se caracteriza pela destruição de glóbulos vermelhos causada pelos próprios anticorpos do organismo e não tem cura. A mãe, Andrieli Rossini o acompanhou durante a atividade e se emocionou com a alegria do filho. “É emocionante, porque tem coisas que o Pedro não pode fazer, e essa é uma experiência nova, é algo que ele nunca fez. É muito bom para ele e para mim também, ver ele bem, faz bem para mim”, conclui.
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