Universidade

Investimento, planejamento e gestão são ações urgentes para mudar a realidade da educação

14/11/2018

15:35

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Divulgação e Natália Fávero

Esse é o tema da série de matérias da campanha “Educar é a nossa ação” da UPF desta semana

Muitas das histórias positivas que ganham destaque na mídia nacional na área de educação são sobre ações voluntárias, coletivas ou de iniciativa própria de educadores, feitas sem nenhum incentivo governamental. Realmente histórias de pessoas que lutam pela educação mesmo em um cenário precário, sem condições adequadas de trabalho ou remuneração justa, merecem reconhecimento. Mas essa realidade precisa mudar. Especialistas apontam a necessidade urgente de uma educação de qualidade e da valorização dos profissionais da área. Mas, para isso, é preciso de investimentos na educação. 



A coordenadora da Coordenadoria das Licenciaturas da Universidade de Passo Fundo (Coorlicen/UPF), professora Dra. Carina Tonieto, ressalta que falta a valorização do profissional de educação. “Essa desvalorização é um reflexo do descaso com que se trata a educação em nosso país. Apesar de inúmeros estudos apontando que o professor bem formado, com condições adequadas de trabalho, remuneração justa e garantias de continuidade do seu processo formativo, pode fazer a diferença, ainda não se priorizou o investimento na carreira docente. O professor é um profissional e precisa ser reconhecido como tal”, salientou Carina.

A exigência ao professor é grande. “Muito se exige do professor, porém, pouco se valoriza o seu trabalho, que é promover aprendizagens. Apesar do contexto adverso, contamos com excelentes professores, que são promotores de experiências significativas que transformam a vida de muitas crianças, jovens e adultos”, enfatiza a coordenadora do Coorlicen/UPF.

Carina aponta que é preciso discutir sobre educação e mostrar a sua importância; mostrar as transformações que a educação promove na vida das pessoas; os profissionais da educação e a sociedade precisam cobrar dos responsáveis pela organização da educação do nosso país atitudes sérias e responsáveis; e é preciso investir na qualificação dos processos de formação de professores e investir tempo e recursos financeiros na melhoria das condições de ensino e aprendizagem. “A sociedade não pode calar-se diante da falta de professores, das péssimas condições de trabalho e das escolas, do corte de verbas para o ensino e a pesquisa”, observa a professora.

Conjunto de ações
Investimentos financeiros são importantes, mas, na opinião do vice-reitor de Graduação da UPF, professor Dr. Edison Alencar Casagranda, a mudança do cenário educacional pressupõe um conjunto de ações que compromete todo o sistema: desde o resgate da valorização da profissão, passando pela qualificação da formação inicial e continuada dos professores, até a revisão e o acompanhamento de políticas públicas para a área, com investimentos concretos e efetivos e maior articulação entre a educação básica e a educação superior. “No pano de fundo está, ao mesmo tempo, em igual relação de importância, a necessidade de avanço nos índices de qualidade de vida, de igualdade social, de ampliação de capital cultural, de envolvimento familiar, para citar alguns fatores relacionados”, ressalta Casagranda.

O coordenador do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu) da UPF, professor Dr. Claudio Dalbosco, também acredita em um conjunto de ações para melhorar a educação no país. “Mais investimento público, acompanhado de planejamento estratégico, boa gestão educacional e foco na formação humana, com ênfase na preparação ampla de docentes e pesquisadores, para atuarem no ensino superior e na educação básica”, garante Dalbosco.

“Educação não é gasto, mas investimento”
O grau de desenvolvimento de um país é diretamente proporcional à qualidade de sua educação. O doutor em educação e mestre em filosofia, professor da UPF, Altair Fávero, enfatiza que nenhum país consegue realizar um sólido desenvolvimento econômico, tecnológico, social, político e estrutural sem passar por um cuidado e eficiente processo de qualificação de sua educação. “De nada adianta sermos a oitava economia do mundo se junto com isso não tivermos um eficiente sistema educacional. Nesse sentido, é necessário mudar a mentalidade, a forma como são aplicados os investimentos e a maneira como são compreendidos os problemas”, opina Fávero. 

O antropólogo Darcy Ribeiro dizia, em 1987, em uma conferência em Belo Horizonte, que “o dinheiro que hoje não colocamos na educação, vai ser o dinheiro que nos falta daqui a trinta anos para construir presídios”. Para Fávero, a frase de Ribeiro foi profética e mostra de forma direta o que precisa mudar. “A educação é um investimento sólido de longo prazo. Se quisermos ter um Brasil melhor daqui a 10, 15 ou 20 anos, precisamos investir hoje em educação. Educação não é gasto, mas investimento. E uma educação de qualidade se faz com professores melhor preparados, escolas com infraestrutura adequada e uma sociedade que abraça a educação como sendo prioridade número um em todos os aspectos”, argumenta o professor da UPF.

Movimento “Educar é a nossa ação”
Com tantos desafios na carreira do professor, a Universidade de Passo Fundo ressalta, por meio da campanha “Educar é a nossa ação”, a importância de valorizar o trabalho de professores, funcionários e gestores educacionais que, apesar do contexto adverso (falta de investimentos e desvalorização da carreira), são sujeitos engajados e buscam fazer a diferença na vida de milhares de crianças, jovens e adultos do Brasil. 


Saiba mais sobre a campanha da UPF no site www.upf.br/educar.

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