Universidade

Maquiagem como símbolo de autocuidado

15/05/2023

11:20

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Caroline Lima

Ação do curso de Estética e Cosmética promoveu aula de automaquiagem para associadas da Apace

Um grupo de mulheres reunidas, trocando experiências e falando sobre maquiagem. Um encontro cotidiano para muitas, mas que para Indiara Quadros e Evelyn Mariane teve um gostinho especial. As duas são associadas à Associação Passo-fundense de Cegos (Apace) e, pela primeira vez, participaram de uma aula de automaquiagem, promovida pelo curso de Estética e Cosmética da Universidade de Passo Fundo (UPF), na última quinta-feira, dia 11 de maio. Fazendo parte de um grupo de cerca de 10 mulheres com deficiência visual, elas aprenderam com as professoras e estudantes do curso dicas para aprimorar o que já fazem muito bem no dia a dia. 

A iniciativa foi da professora Me. Allana Salinet, que ministra a disciplina de Maquiagem. O objetivo da ação foi mostrar que a maquiagem e a estética estão além do pigmento, sendo um momento de autoestima e autocuidado importante. “Essa ação é relevante tanto para as acadêmicas terem um crescimento pessoal e profissional, quanto para esse grupo de mulheres que precisa ter um reconhecimento A estética precisa ter um olhar mais humanizado também”, explica. 

Aos 40 anos, Indiara é a associada mais velha do grupo. Ela conta que já nasceu com deficiência visual, mas foi aos 18 anos que perdeu completamente a visão. Membro da Apace desde a sua fundação, em 1999, ela participa de diversas atividades, como academia, hidroginástica e natação, ciclismo, leitura, braile, informática, artes, locomoção e mobilidade, além de aprender a usar o celular. Apesar das poucas limitações, Indiara garante que consegue fazer muitas coisas. “É normal a mulher gostar de se maquiar e eu gosto muito de passar batom, hidratar a pele, passar protetor. O difícil pra mim é fazer o delineado gatinho”, brinca. 

Assim como Indiara, Evelyn também não é nova no mundo da maquiagem. “Em casa já tenho algumas paletas de sombra e às vezes faço em casa”, conta. Com 18 anos, Evelyn tem miopia do olho direito e não enxerga com o olho esquerdo e, com a atividade desenvolveu novas técnicas para realizar com mais facilidade ações que ela já faz no dia a dia. “Gostei muito de participar dessa atividade, espero que tenha mais vezes, fiquei bem interessada até em fazer o curso de Estética e Cosmética”, explica. 

Aprendizado também para quem ensina. No terceiro semestre do curso, Letícia Neckel foi uma das estudantes envolvidas. Para ela, foi uma experiência maravilhosa. “Muitas delas já sabiam o contorno do lábio, do olho, algumas sabem até fazer o design de sobrancelhas. Elas foram se maquiando usando o tato e indicamos os melhores pincéis para elas usarem e os tons de base e pó mais indicados para cada pele. Ajudamos elas a usarem a quantidade adequada de produtos, então colocamos na mão delas para saberem qual é o ideal. Ajudar elas a se maquiar nos fez aprender muito mais do que ensinar”, frisa. 

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