Ensino

“Se somos inovadores por natureza, por que está todo mundo preocupado com isso?”

13/03/2024

16:46

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Camila Guedes

Aula Inaugural do Instituto de Tecnologia marcou o início do ano letivo e debateu sobre a importância da inovação e como ela afeta a vida de todos

Com o tema "O presente da inovação e o futuro do trabalho" o Instituto de Tecnologia da Universidade de Passo Fundo (Itec/UPF) recebeu os estudantes e professores das áreas de Arquitetura, Computação e Engenharias para sua Aula Inaugural. A atividade foi realizada na noite dessa terça-feira, 12 de março, no Centro de Eventos e teve como convidado o secretário de Inovação de Porto Alegre e coordenador do Pacto Alegre Dr. Luiz Carlos Pinto da Silva Filho. A Aula Inaugural marca o início do ano letivo e ressalta o compromisso da Universidade e do Itec com a formação de qualidade, destacando e fortalecendo o debate sobre a importância da inovação e como ela afeta a vida de todos. 

Os estudantes e docentes foram recebidos pelo diretor do Itec professor Dr. Carlos Leonardo Sgari Szilagyi que agradeceu a presença de todos e destacou a importância da temática e a necessidade de sua reflexão crítica. “Sabemos que o tema da inovação é assunto frequentemente mencionado, sendo utilizado de várias maneiras, em vários contextos, para externar a ideia de desenvolvimento, de aperfeiçoamento e até de ineditismo. E é nosso dever, enquanto universidade, desvendar a verdade através do livre debate das ideias e do desenvolvimento científico-tecnológico, e assim, de fato, encontrarmos, através de provas e contraprovas, a derradeira inovação”, pontuou. 

O evento contou ainda com a participação de empresas parcerias do ecossistema do Itec Carreira e com o apoio do UPF Parque, contando com um momento de troca de ideias e network antes e depois da palestra. “Espero que vocês possam aproveitar ao máximo o espaço montado para articular, desde já, os vários entes partícipes dessa jornada em direção ao conhecimento. Desfrutem do conhecimento do Dr. Luiz Carlos, conversem com as empresas parceiras, façam novas amizades, estabeleçam novas conexões, desenvolvam novas redes de negócio, ampliem seu portfólio de sabedoria e conheçam tudo que o Instituto de Tecnologia e a UPF têm a oferecer a vocês para alcançar seus objetivos”, completou o diretor.

Futuro pede profissionais capazes de transitar por diferentes áreas
Luiz Carlos Pinto da Silva Filho é Engenheiro Civil e PhD em Engenharia Civil/ Manutenção de pontes pela Leeds University. Atualmente, é professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Secretário de Inovação da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, onde atua como coordenador do Pacto Alegre, pacto de inovação constituído pela quádrupla hélice da cidade de Porto Alegre. Em sua fala, o professor destacou quatro pontos principais: a inovação; gestão pública e o que está sendo feito para mudar as cidades por meio da inovação; a inteligência artificial e as diferentes percepções sobre o tema; e como preparar os profissionais do futuro em relação à inovação. 

O secretário iniciou sua fala questionando “Por que, afinal de contas, estamos falando tanto em inovação. Se nós não fôssemos inovadores, não tínhamos conseguido sair das cavernas e chegar nas estrelas. A inovação na realidade, é inerente ao ser humano. E se todos nós somos inovadores por natureza, por que está todo mundo preocupado com isso hoje em dia? Isso talvez seja o que a gente tem que entender”, frisou. ”. Na opinião dele, a inovação não é algo novo. “Não é de hoje, não caiu do céu. Foram gerações de pesquisadores que vieram discutindo como eles tiravam aqueles robôs que eles sonhavam na infância do papel. O que acontece é que agora a gente está tendo a convergência de duas artes fundamentais: da robótica, que é ter a capacidade artificial de trabalhar, com a capacidade de simular o processo de raciocínio dos seres humanos. É isso que é muito assustador, estamos tendo máquinas inteligentes hoje em dia”, acrescentou. 

Luiz Carlos também compartilhou sua experiência como secretário de Inovação em Porto Alegre e ressaltou a importância de pensar as cidades. Para o pesquisador, a cidade é o maior desafio do século XXI e tem que entrar como temática para os alunos em sala de aula. “Tem muita coisa acontecendo: as mudanças climáticas que estão causando alagamentos e problemas nas cidades; toda a questão da transformação digital; uma população que começa e ser cada ver mais idosa, e, portanto, vai precisar de uma sensibilidade diferenciada, de ter novos mercados; novas oportunidades de negócios para o que a gente chama de economia prateada; temos um mercado de energia que está mudando. O que isso importa? Como eu projeto cidades para essas mudanças? Precisamos de mais especialistas”, ressaltou. 

Ainda sobre o futuro, o professor disse que é difícil entender as tendências em um momento em que tudo está acontecendo tão rapidamente. No entanto, falou sobre a necessidade de se ter profissionais com características diferentes, uma vez que estarão vivendo em um mundo com um nível de conhecimento e de tecnologia diferente. Mas como formar esse novo profissional? “É muito pela lógica da multidisciplinaridade. Não mais formar um simples especialista, que só tem um campo de atuação muito restrito, mas formar gente que seja capaz de navegar em mais de um campo, de falar com as interfaces, de estabelecer conexões. Um artista que tem um pouco de engenharia, um médico que tem um pouco de engenharia de produção, um psicólogo que tem um pouco de ciência da computação, são essas capacidades de transitar que vão ser importantes”, finalizou. 

 

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