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Abelhas sem ferrão: 5 curiosidades sobre as espécies que vivem na UPF

19/09/2022

10:44

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Caroline Lima

Universidade conta com o Meliponário, um espaço voltado para identificação e estudo de mais de 10 espécies de abelhas nativas

Insetos de grande importância ambiental, as abelhas têm um papel fundamental para a preservação e o equilíbrio do ecossistema do planeta. Mesmo sendo pequenas, muitas vezes, causam um certo espanto nas pessoas, que ficam com receio de serem picadas. Mas o que muita gente não sabe é que existem diversas espécies que não oferecem risco à população. São as melíponas, abelhas nativas sem ferrão, que estão presentes naturalmente no Campus I da Universidade de Passo Fundo (UPF).

Conhecidas por produzirem mel, as abelhas também chamam a atenção por construírem favos impecáveis e apresentarem muita organização entre elas. Na UPF, elas são objetos de estudo e estão presentes por todo o campus, especialmente, no Meliponário, que fica localizado em frente ao Centro de Convivência. A professora Dra. Gessi Koakoski, que ministra a disciplina de Apicultura para os cursos de Medicina Veterinária e Agronomia, compartilha algumas curiosidades sobre esses pequenos animais.

Vamos conhecer algumas curiosidades sobre as abelhas sem ferrão?

1) São essenciais para a manutenção da biodiversidade

As abelhas sem ferrão apresentam papel estratégico na reconstituição de florestas tropicais e conservação de remanescentes florestais. São essenciais para a manutenção da biodiversidade, para a produção de alimentos e à vida humana, assumindo grande importância na manutenção da vida no planeta.

A principal função executada pelas abelhas é a polinização. Apesar de serem predominantemente conhecidas como produtoras de mel, as abelhas também fornecem cera, própolis, pólen, geleia real, entre outros, e podem ser criadas para a exploração destes produtos. “Economicamente, não são importantes somente pelos produtos que nos fornecem. Estima-se que um terço da alimentação humana depende direta ou indiretamente da polinização realizada por abelhas”, afirma a professora.

2) Constroem potes para armazenar o mel

Enquanto abelhas com ferrão (melíferas) armazenam o mel em favos, construídos no sentido vertical, as melíponas constroem potes para armazenar o pólen e o mel, feitos horizontalmente. “É uma característica biológica das melíponas construir ninhos de formatos irregulares e diferenciados em cada espécie e é a entrada que projetam que as caracterizam. Pode ser um simples tubo, construído de cerume, por onde elas entram e saem e onde as abelhas guardiãs ficam de prontidão. Em algumas espécies, este tubo se alarga formando ampla plataforma, na qual as abelhas guardiãs ficam”, explica a professora. 

Dentro dos ninhos, os alimentos utilizados pelas abelhas (pólen e néctar) são guardados nestes potes redondos ou ovais, feitos de cerume. “Pólen e néctar, geralmente, são armazenados em potes separados, mas há espécies que misturam os dois em um mesmo pote. E também podem ter forma diferente, sendo que os potes de pólen são cilíndricos e bem maiores que os de néctar, que são esféricos”, destaca Gessi.

3) Comunicam-se por sinais químicos ou sonoros

Diferente das abelhas com ferrão, que se comunicam através de dança, as abelhas nativas comunicam-se por sinais sonoros e sinais químicos. “As mamangavas, por exemplo, não produzem sons nem danças, sendo as abelhas mais primitivas quanto à comunicação”, afirma a professora.

4) São organizadas e unidas

Cada colmeia é constituída por uma abelha rainha, pelas abelhas operárias e zangões. A rainha é única, sendo a fêmea reprodutora do ninho, responsável por botar os ovos que vão originar os novos indivíduos da colônia, e pode viver de 2 a 3 anos.

As fêmeas operárias são estéreis, responsáveis pela coleta de material a campo, como pólen, néctar, própolis e barro e vivem, aproximadamente, de 40 a 50 dias. Dentro da colônia constroem as estruturas internas do ninho com cera que elas mesmas produzem, fazem defesa da colônia e ainda produzem geleia real para as larvas na fase inicial e para alimentar a abelha rainha por toda sua vida.

Os zangões nascem apenas para reproduzir, permanecendo dentro da colônia até se tornarem maduros e depois saem em busca de rainhas virgens para fertilizar. Enquanto as abelhas com ferrão são fecundadas por vários machos, as abelhas sem ferrão são fecundadas por apenas um macho.

5) Cada colmeia tem suas próprias peculiaridades

Para o funcionamento da fantástica fábrica de mel, as abelhas operárias coletam o néctar das flores e dos frutos e, através do processo de ingestão e regurgitação, o néctar é transformado em mel pela ação de enzimas. Em seguida, se agrupam e batem as asas para que ocorra o processo físico, diminuindo a umidade do mel, podendo, assim, ser armazenado por mais tempo.

Cada colmeia de abelhas nativas tem suas peculiaridades. A Uruçú, por exemplo, tem entre 3 e 4 mil indivíduos e produz cerca de 8 kg de mel por ano. Já a colmeia de abelhas Jataí possui uma média de 5 mil abelhas e produz em média 1,5 kg de mel por ano em uma colônia saudável. No verão, algumas espécies percorrem até 3km em busca de alimento.

Visite o meliponário da UPF

Desde o início do ano, a Universidade conta com o Meliponário, um espaço para identificação e estudo das espécies nativas, sendo o primeiro a ser instalado no Rio Grande do Sul. Ao todo, são cerca de 30 colmeias, com mais de dez espécies de abelhas sem ferrão. O Meliponário está localizado no campus I, em frente ao Centro de Convivência, e é fruto de uma parceria com a Federação dos Meliponicultores Conservacionistas do RS (Femcors).

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