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Condomínio é projetado especialmente para estudantes universitários

29/09/2015

14:45

Por: Carla Patricia Vailatti

Fotos: Reprodução

Egressa da UPF elaborou proposta de moradia para jovens que vêm estudar em Passo Fundo

O ingresso na educação superior é um período de intensas mudanças na vida dos estudantes, e o endereço é, muitas vezes, uma dessas novidades. Todos os anos, milhares de estudantes chegam a Passo Fundo em busca de formação profissional e, após a alegria da aprovação no vestibular, começa a busca por onde morar. A egressa de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Passo Fundo (UPF) Gabriela Liotto Conci sugeriu, em seu Trabalho Final de Graduação (TFG), uma nova opção de moradia para os universitários. Gabriela elaborou o projeto de um condomínio estudantil, que contempla infraestrutura básica para moradia, estudo e lazer, com capacidade para aproximadamente 200 estudantes, e todos os detalhes pensados para proporcionar bem estar a esse amplo e exigente público.

Conceito refletido em formas
O filtro dos sonhos, um amuleto circular preenchido por linhas em formato de teia, representa o conceito do projeto. Para Gabriela, a trama, toda interligada, mostra um circuito fechado, lembrando um refúgio, que transmite paz, segurança e proteção, sensações que os estudantes procuram ao se afastarem do contexto familiar. O filtro também representa o início de uma nova fase, na qual os universitários “tecem” sua própria caminhada.

A atmosfera jovem é percebida logo ao se visualizar a fachada do condomínio, por suas cores e formas singulares. Com a ideia de remeter ao conforto familiar, a proposta explora espaços dominantes que funcionam como centro de distribuição e elo unificador. Isso se dá por meio de um conjunto de blocos interligados por espaços de uso comum. No térreo, a ideia está presente em praças e espaços de convivência e, nos pavimentos superiores, nas passarelas.

O volume do edifício foi desenvolvido a partir de uma base formal que representa um circuito fechado - como o filtro dos sonhos. Da mesma forma como ele começa no centro e vai se desconstruindo, há subtrações que criam volumes de diferentes alturas. Além disso, o projeto inclui elementos verticais, ora dinâmicos ora estáticos, com a finalidade de proteção solar. De acordo com Gabriela, esse é mais um recurso que reflete a jovialidade dos estudantes, que vivem uma fase de transformação e mudança.

Estrutura pensada para oferecer bem estar
A construção foi planejada para o bairro Petrópolis, em terreno de uma quadra, cercado pela Avenida Rui Barbosa e pelas ruas Princesa Isabel, Antoninho Moraes e Hugo Lisboa. A seleção do local considerou sua natureza residencial, o que permite oferecer conforto e qualidade de vida aos usuários. O condomínio está dividido em setores: íntimo, social, administrativo, serviço, comércio, lazer e áreas de estacionamento. O número de apartamentos é de 120, divididos em três modelos: do tipo JK para uma pessoa, do tipo kitnet para duas pessoas e alguns, das extremidades do edifício, com espaços maiores, sendo kitnets para 3 moradores e para pessoas com mobilidade reduzida.

O prédio, de 14.693,98 m², contempla subsolo e mais 12 pavimentos, que, além dos apartamentos, abrigam garagem, bicicletário, setor de serviços, cisterna para água pluvial, setor administrativo, sala de reuniões, lavanderia, enfermaria, bibliotecas e espaços para estudo, salão de festas, academia, terraços e outras áreas de convívio, como sala de jogos e de estar, além de áreas sob pilotis e espaços abertos. O projeto foi desenvolvido a partir da divisão do terreno em dois espaços, um privativo, correspondente à implantação do condomínio estudantil, e uma área pública, com espaços comerciais, fazendo a integração com o canteiro da Avenida Rui Barbosa e propiciando interação entre os moradores do condomínio e a vizinhança.

A sustentabilidade ambiental está presente por meio de telhado verde, ventilação natural cruzada, reaproveitamento de água da chuva, controle da radiação solar e pavimentação permeável.

Integração com a comunidade
Por sua localização, o condomínio é especialmente conveniente para estudantes da UPF e de outras instituições próximas. Dessa forma, afirma Gabriela, visa estimular a real integração entre usuários, comunidade e instituições. Os moradores podem utilizar transporte público, uma vez que diversas linhas de ônibus atendem ao bairro. Além disso, está em fase de projeto uma ciclovia na Avenida Rui Barbosa, o que pode ser uma alternativa sustentável de transporte para os moradores da região.

Desenvolvimento em etapas
O trabalho de Gabriela foi orientado pela professora Me. Raquel Rhoden Bresolin. Raquel explica que o projeto foi desenvolvido ao longo de um ano e passou por várias fases, como pesquisa bibliográfica e de referências arquitetônicas, levantamento e análise do locar de intervenção, desenvolvimento do projeto arquitetônico suas soluções e detalhamentos construtivos. “Cada fase teve seus desafios, e trabalhamos ainda com outras questões, por exemplo, como entender com mais profundidade esses usuários? Para isso, Gabriela realizou uma pesquisa com o público-alvo a fim de definir o programa de necessidades ideal para esse cliente tão particular”, relata a professora, que destaca ainda as soluções sustentáveis inseridas no projeto.

Uma maquete do condomínio está exposta no Laboratório de Modelos e Maquetes (Lammaq) da Fear.