“É no ambiente real que se formam bons professores”

A partir de 2025, 48 acadêmicos de diferentes cursos de licenciatura da Universidade de Passo Fundo estarão nas salas de aula de três escolas públicas qualificando sua formação como futuros professores. Por meio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), eles viverão na prática o dia a dia da profissão, ajudando a qualificar o ensino a partir de vivências, projetos e ações. O primeiro encontro dos estudantes com seus coordenadores e supervisores foi realizado na noite dessa quinta-feira, 5 de dezembro, no auditório do prédio D3, e foi um momento de apresentação dos coordenadores e orientação para os estudantes. 

No período de 2024 a 2026, os estudantes selecionados atuarão em seis escolas de Passo Fundo: Escola Estadual de Educação Básica Nicolau de Araújo Vergueiro (EENAV); EMEF Escola do Hoje; EMEF Eloy Pinheiro Machado; EMEF Professor  Arno Otto Kiehl; EMEF Antonino Xavier - Ensino Fundamental ; e EEEM Prestes Guimarães - Ensino Médio. O projeto Pibid/UPF é composto por dois subprojetos interdisciplinares – uma marca da Universidade – nas áreas de Língua Portuguesa (Inglês e Espanhol) e Filosofia; e História, Música e Artes. A atuação se dará a partir de diferentes ações que buscam aproximar os futuros professores da realidade da escola pública. 

De acordo com o coordenador do Pibid/UPF professor Gerson Trombetta o programa visa aprimorar a formação docente, estabelecendo vínculos diretos da Universidade com os sistemas de ensino estadual e municipal. “O Pibid sempre foi um vetor de muitas iniciativas importantes e gerou muitos frutos na qualificação docente, na aproximação da universidade com a escola, na realização de eventos. Ele tem um papel primordial”, pontuou. 

Presente no encontro, o diretor do Instituto de Humanidade, Ciências, Educação e Criatividade o professor Luiz Marcelo Darroz falou para os estudantes sobre a importância do Programa na qualificação da formação docente. “É no ambiente real que se formam bons professores. Um bom professor se forma na prática, lendo, assistindo a uma aula, exercitando, testando, sentindo o calor humano, ouvindo o aluno pedir nota, ouvindo as angústias dele, mas sentindo o brilho no olhar também. E o Pibid nesses anos nos mostrou que esse é o caminho, que é possível não apenas formar bons professores, mas também pessoas capazes de transformar realmente o nosso cotidiano”, destacou. 

Qualificação e amor pela profissão
Entre os estudantes selecionados para esta edição do Programa está a acadêmica do curso de História Laura Ferrão. Apaixonada por história, Laura viu, enquanto estudante do EENAV, como o Pibid era importante. “Quando eu era aluna no EENAV, eu via como as turmas que recebiam o Programa ficavam felizes com as atividades. Então, pensei que seria uma oportunidade única e resolvi me inscrever”, lembrou a acadêmica que está com uma grande expectativa de poder atuar na sua antiga escola. “A minha expectativa é muito boa e eu acredito que vai ajudar e agregar muito na minha formação enquanto professora”, completou. 

Assim como ela, a também estudante de História Ana Alice Heinsfeld Nicheli também está ansiosa para o início das atividades e por um motivo ainda mais especial: ela pode ter a chance de trabalhar com a mãe, Annie Katy Heinsfeld, que é uma das professoras supervisoras selecionas para atuar no Programa. “Eu fico muito feliz de ter sido aprovada no Pibid, porque, de fato, abre portas. Entrar em um ensino mais formal, que às vezes a gente não consegue ter muito contato, até por conta de estarmos fazendo faculdade e não estarmos formados ainda. E essa oportunidade ser anterior aos próprios estágios obrigatórios, antes da formação, acho que isso torna uma experiência que dá um embasamento muito bom para o futuro”, disse. 

A mãe, que é professora de Artes na escola Antonino Xavier e atuará diretamente com os futuros professores, acredita que o Programa vai promover inovações importantes nas salas de aula. “Eu acho muito importante a graduação estar alinhada com a educação básica, contribuindo com as novas tecnologias, com as novas possibilidades digitais, mas também fazendo esse retorno à docência. De fazer com que o estudante consiga compreender o universo da sala de aula”, disse. Para ela, ter uma filha pibidiana é um orgulho. “Nós viemos de uma família de professores, então, a gente sempre conversa e conversou muito sobre isso, sobre ser professor, sobre a docência. A Ana já trabalha comigo em outros projetos, então ela já está inserida de uma forma ou de outra na docência, e quando vi o nome dela na lista, assim, me orgulhei muito, porque é isso que eu espero, que eu desejo para ela, que ela tenha esse chão de sala de aula, para ela ter o mesmo amor que eu tenho pela minha profissão”, finalizou. 

Mais sobre o Pibid
Ofertado pela UPF desde 2010, o Pibid é um programa da Capes que oferece bolsas para estudantes, supervisores e coordenadores e visa o fortalecimento e a valorização da educação básica. Desde então, a Instituição já qualificou mais de 100 professores, o que reforça o compromisso da Universidade com a formação inicial e continuada de professores e a qualificação do ensino, em consonância com os planos e programas que visem à ampliação e universalização da educação de qualidade. 
 

Galeria de Imagens