Pesquisa e Inovação

O que temos a aprender com a cidade mais inovadora do mundo?

03/06/2024

17:20

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Carla Vailatti | Luis Henrique de Melo

Em manhã de atividades na UPF, antropólogo colombiano Santiago Uribe contou como Medellín passou de capital mais violenta a metrópole mais inovadora

Qual é a primeira imagem que lhe vem à mente quando o assunto é Medellín, a capital da Colômbia? Se você pensou em violência e narcotráfico, saiba que essa é uma visão desatualizada. Após chegar ao ápice da violência nos anos 1990, a cidade se reinventou, tanto que apenas duas décadas depois, em 2013, recebeu o título de Cidade Mais Inovadora do Planeta. Mas como foi esse processo, e o que temos a aprender com ele? Essas e outras respostas foram trazidas pelo antropólogo colombiano Santiago Uribe, uma das lideranças responsáveis por essa mudança, que foi recebido em diferentes espaços da Universidade de Passo Fundo (UPF) na manhã de segunda-feira, 03 de junho.

Logo no início da manhã, Uribe foi recebido pela reitora, Bernadete Dalmolin, na Rádio UPF. Em conversa que foi ao ar ao vivo, o convidado falou sobre a participação de Medellín na organização Cidades Resilientes, iniciativa da Rockfeller Foundation que assessora cidades de todo o mundo a resistirem a situações extremas, evitando os mesmos problemas no futuro. “Para Medellín foi uma oportunidade maravilhosa de contar que não éramos mais a cidade mais perigosa do mundo, e que através de um processo de trabalho, com inovação social de imaginar novos futuros, nos tornamos uma das cidades mais resilientes do mundo”, explicou.

A secretária de Inovação de Passo Fundo, Bárbara Fritzen (à direita), participou das atividades na UPF

Para Uribe, um dos aspectos mais importantes de uma cidade resiliente é reconhecer que o ativo natural mais importante são as pessoas. “As cidades são as pessoas. Se você reconhece isso, entende que tudo gira em torno de melhorar as condições de vida de todas as pessoas da cidade”, resumiu o convidado.

Sobre os caminhos percorridos para chegar a esta mudança, o antropólogo citou um trabalho coletivo. “Todos vocês conhecem Medellín por Pablo Escobar, por Narcos. Ninguém imagina o que vivemos nos anos 80 e 90. Com educação e diálogo social, especialmente com o papel das universidades, que abriram um cenário de diálogo, para que nós, como cidadãos, pudéssemos falar sobre a cidade que queríamos construir juntos para o futuro”, mencionou Uribe.

Após a participação na programação da Rádio UPF, Uribe participou de um workshop na arena do UPF Parque. No local, o convidado compartilhou mais detalhes sobre a experiência colombiana com a Reitoria, diretores de Unidades Acadêmicas, professores, estudantes e com integrantes do ecossistema do UPF Parque. Em conversa mediada pela reitora, Uribe enfocou o papel das universidades nessa mudança.

“As universidades são quem melhor conhece os desafios das cidades. Mas é preciso que a universidade pense diferente nas políticas públicas. Que se possa experimentar nas comunidades, que possa trazer conhecimento comunitário dos territórios, e fazer experimentações nos laboratórios vivos das cidades, e assim contribuir para a construção das políticas públicas”, destacou.

Visão de futuro para Passo Fundo

Na noite de terça-feira (4), Santiago Uribe participa do workshop “Visão de Futuro para a Cidade de Passo Fundo”. Realizado pela Prefeitura de Passo Fundo, por meio da Secretaria da Inovação, o evento ocorrerá no CTG Lalau Miranda, a partir das 19h, e a UPF é uma das apoiadoras.

Integrado ao Pacto pela Inovação de Passo Fundo, o workshop faz parte de uma iniciativa voltada à criação de projetos transformadores com grande impacto para a cidade. O objetivo é promover a inovação e o empreendedorismo, por meio do compartilhamento de recursos e parcerias com o poder público, instituições de ensino, sociedade e empresas.