Ensino

Uma experiência acadêmica social e ambientalmente inovadora

11/07/2024

13:37

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Arquivo pessoal

O pró-reitor Acadêmico da UPF esteve em visita oficial na Universidade de Kassel (Alemanha). No dia 25 de junho, Edison Casagranda visitou o Instituto de Ciências Agrícolas Ecológicas (Ökologische Agrarwissenschaften), acompanhado dos professores Claudio Dalbosco (UPF) e Dirk Stederoth (Unikassel) e do doutorando Marcelo Nolli (PPGEdu/UPF). O Instituto localiza-se a 30km de Kassel, na lendária cidade de Witzenhausen, local que nasceu na década de 1970 com objetivo de desenvolver experiências inovadoras de ensino e pesquisa voltadas à sustentabilidade social e ambiental. 

Casagrada foi recebido pelo professor Andreas Thiel, chefe do Departamento de Política Agrícola Internacional e Governança Ambiental, que explicou que o Instituto possui um corpo docente de cerca de 29 professores, incluindo, entre eles, também alguns assistentes científicos e mais de mil estudantes, distribuídos entre graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado. Conforme Edison, os professores possuem convênios de pesquisa e ensino com universidades de vários países, de onde recebem estudantes que procuram o Instituto para fazer seus estudos tanto na graduação como na pós-graduação.  

Segundo o pró-reitor, no diálogo estabelecido entre os professores ficaram claras três características centrais do setor: a) Internacionalização; b) Interdisciplinaridade e c) Sustentabilidade. O professor Thiel reforçou que a dimensão inovadora do ensino e da pesquisa consiste em buscar o caminho do meio entre duas posturas geralmente antagônicas: uma que nega as inovações tecnológicas e, a outra, que simplesmente as aceita de maneira conformista. Pontuou também que o aspecto crítico-transformador é buscado pela internacionalização interdisciplinar, assentada no diálogo entre diferentes áreas do conhecimento humano, como, por exemplo, entre agronomia, biologia e filosofia. Conforme Thiel, inserir estudantes e professores em experiências práticas transformadoras é um dos objetivos do Instituto, uma vez que a mudança em nossas formas de viver é decisiva para enfrentar as dramáticas questões climático-ambientais.

O professor Casagranda apresentou dados sobre a UPF, destacando aspectos referentes ao ensino, à pesquisa e à extensão. Também explicou a singularidade pública não-estatal do modelo comunitário e regional da Universidade. No diálogo entre os professores, Edison ressalta que ficou evidente a semelhança entre as duas universidades em vários aspectos, entre os quais destaca-se o esforço de universalizar o conhecimento local com base nas potencialidades regionais.

Para o professor Claudio Dalbosco, coordenador do Convênio Internacional entre as duas Universidades e tradutor da visita oficial ao Campus de Witzenhausen, a experiência possibilitou novos olhares sobre a parceria já existente. “O que experienciamos nesta visita mostra que é possível desenvolver projetos interdisciplinares entre áreas aparentemente distintas, com o foco de inovação voltado claramente para a sustentabilidade social e ambiental. Isso já vem assegurado no próprio lema do Instituto: ‘Com os pés na palha, com o nariz para frente’. (‘Mit der Füssen im Stroh, mit der Naze nach vorne’)”, ponderou.

O professor Casagranda, por sua vez, destacou o aspecto interdisciplinar da formação e o pioneirismo da experiência de Witzenhausen. “Chama atenção, antes de qualquer coisa, o vanguardismo da Unikassel na estruturação, já na década de 1970, de um centro de ensino e pesquisa na área da agricultura biológica. Além disso, a dimensão interdisciplinar como princípio determinante de toda e qualquer ação no âmbito do ensino e da pesquisa. Nossa conversa com o professor Thiel deixou claro que a interdisciplinaridade é apenas o pressuposto de tudo o que se procura fazer em termos de inovação no ensino ou na pesquisa, e que o esforço principal deve estar concentrado na mobilização destes diferentes saberes, em vista de soluções para os problemas sociais, ambientais e econômicos, pois a transformação é a motivação primeira”, complementou o pró-reitor.