Dissertações defendidas

2011

165 - Título: “Flores, Vargas e o PRL (1932-1937): registros da imprensa passo-fundense”

Autor: Renato Farias
Orientador: Profª. Dr. Ana Luiza Setti Reckziegel
Banca: Prof. Dr. Fernando da Silva Camargo (UFPEL), Prof.Dr. Eduardo Munhoz Svartman (UPF)
Defesa: 19/01/2011
Resumo: Este trabalho procura analisar o processo de formação do Partido Republicano Liberal (PRL), no Rio Grande do Sul, sob a ótica da imprensa de Passo Fundo. Os jornais analisados foram: O Nacional e Diário da Manhã. O primeiro foi criado em 1925 por Herculano Annes, Gabriel Bastos e seus familiares. O segundo: Diário da Manhã, de propriedade do jornalista Túlio Fontoura, foi criado no ano de 1935. O PRL surgiu do rompimento de Flores da Cunha com o seu partido original, Partido Republicano Rio-grandense (PRR). Em decorrência desse fato, Flores da Cunha precisou criar um partido para lhe dar sustentação política, vistas as incompatibilidades que se criaram com o PRR. Em novembro de 1932, foi fundado o Partido Republicano Liberal, numa convenção dos prefeitos municipais do Rio Grande do Sul. A esse partido também aderiram dissidentes dos outros partidos existentes no Estado. À frente do governo do Rio Grande do Sul e do PRL, Flores da Cunha governou o estado durante sete anos, até renunciar, premido por reiterados conflitos com Getúlio Vargas.
Palavras-chave: História Política - Partido Republicano Liberal - Imprensa.

166 - Título: “Ruptura e Regionalismos: o modernismo musical no Rio Grande do Sul (1926-1945)”

Autor: Gustavo Frosi Benetti
Orientador: Prof. Dr. Gerson Luís Trombetta
Banca: Profª. Dr. Isabel Porto Nogueira (UFPEL), Prof.Dr. Gérson Luís Werlang (UPF)
Defesa: 25/03/2011
Resumo: O início do século XX, na música erudita, foi marcado por propostas inovadoras. O questionamento da figura da resolução nas composições seria responsável pelo surgimento de inúmeras tendências de vanguarda, contrapostas aos modelos tradicionais. O modernismo musical seria caracterizado por uma reavaliação e ampliação do sistema tonal, pela desconstrução das hierarquias sonoras e pela incorporação do ruído à composição. No Rio Grande do Sul as mudanças nas expressões artísticas e, de modo especial, na expressão musical, ocorreram anos depois em relação aos principais centros culturais do país e do mundo. Esta dissertação pretende examinar como ocorreu o processo de mudança na composição musical do estado no período compreendido entre os anos de 1926 e 1945. Para tal finalidade, serão analisadas obras dos compositores Armando Albuquerque, Natho Henn, Radamés Gnattali e Luiz Cosme. Isso permite verificar como o que se produziu passou a incorporar e compatibilizar, por um lado, as novas possibilidades e os elementos de ruptura com respeito às estruturas tonais e, por outro, elementos sonoros tipicamente regionais.
Palavras-chave: modernismo, música sul-rio-grandense, regionalismo, vanguarda

167 - Título: “MULHERES INTERROMPIDAS Relatos de violências contra mulheres na Região Colonial Italiana – 1890-1920”

Autor: Rosimeri Fuchina
Orientador: Prof. Dr. Mário Maestri
Banca: Profª. Dr. Florence Carboni (UFRGS), Profª.Dr. Janaína Rigo Santin (UPF)
Defesa: 01/04/2011
Resumo: As comunidades formadas por imigrantes italianos no Brasil possuíam um desenvolvimento que seguia ao longo dos anos. A adaptação de uma série de elementos da cultura da pátria mãe ao Brasil formou comunidades diferenciadas, onde o trabalho era um importante elemento na composição do núcleo familiar. A sociedade seguia os padrões patriarcalistas submetendo as mulheres à obediência aos homens, fosse, no trabalho, na vida cotidiana ou nas relações que se estabeleciam entre eles. As mulheres dessas comunidades eram responsabilizadas pela criação dos filhos, pela coesão familiar, pelas atividades domésticas, por afazeres da roça e com animais de pequeno porte, entre outros. O contexto cultural e moral era fortemente marcado pelo patriarcalismo, pelo universo religioso e por um mundo autoritário, onde as mulheres calavam-se frente as diversas formas de violência, fossem de cunho psicológico ou físico, cometidas contra elas. Inquéritos policiais eram instaurados a partir de crimes de defloramentos, assédios, calúnias, procedimentos cirúrgicos mal sucedidos, agressões físicas, envenenamentos, entre outros, com o propósito de esclarecer e punir os culpados. A partir deste cenário, o presente trabalho aborda a violência contra as mulheres italianas e ítalo-descentes no Rio Grande do Sul, nos anos 1890-1920, através do estudo de processos crimes oriundos da Comarca de Caxias do Sul e bibliografia sobre o tema. Objetiva-se, com isso, retratar o cenário vivido pelas mulheres, suas limitações e anseios, elemento fundamental para a compreensão das relações vividas por estas comunidades.
Palavras-chave: Imigração italiana; Mulheres; Violência.

168 - Título: “Religião e Política: uma história construída em Coronel Vivida – Paraná em meados do Século XX”

Autor: Cleverton Luiz da Silva
Orientador: Prof. Dr. Adelar Heinsfeld
Banca: Profª. Dr. Ismael Vannini (UNIPAR), Profª.Dr. Janaína Rigo Santin (UPF)
Defesa: 08/04/2011
Resumo: Esta pesquisa tem por objetivo examinar a ocupação do Sudoeste do Paraná a partir de 1900, o processo de organização sócio-espacial da cidade de Coronel Vivida, desde a chegada dos primeiros moradores até 1961, enfatizando neste o papel, uma das instituições religiosas mais importantes do Ocidente, a Igreja Católica Apostólica Romana. Nesta análise, privilegiou-se o olhar para a participação da Igreja Católica na organização da cidade de Coronel Vivida e sua contribuição na formação da identidade local. Este estudo focaliza, assim, a ação dos padres católicos na constituição desta cidade, conflitos políticos e organização do município. A partir da análise de fontes e combinando um referencial teórico, que discute o papel do capital e do trabalho no processo de desbravar e colonizar o interior brasileiro, argumentar-se que a Igreja Católica participou do processo de Colonização e organização sócio-espacial da cidade em estudo.
Palavras-chave: Sudoeste do Paraná, Coronel Vivida; Igreja Católica; Padres Palotinos; Desavenças Políticas.

169 - Título: “As relações de sociabilidade entre senhores e cativos em Rio Pardo (1780-1820)”

Autor: Ubiratã Ferreira Freitas
Orientador: Profª. Dr. Gizele Zanotto
Banca: Profª. Dr. Ironita Policarpo Machado (UPF), Prof.Dr. Adelar Heinsfeld (UPF)
Defesa: 28/04/2011
Resumo: Esse estudo está pautado na análise das relações de proximidade e sociabilidade e entre os agentes que contribuíram para o escravismo na fronteira oeste do território de São Pedro, especificamente em Rio Pardo, durante o período de 1780 a 1820. Para tal apreciação, foram utilizadas documentações de fontes primárias como inventários post-mortem, cartas de alforrias, processos crime, livros de batismo e livros de casamentos de escravos, onde foi possível averiguar a formação de laços familiares e uma superexploração pelos senhores dentro sistema escravista. Partindo de uma abordagem que avalia a importância da preservação familiar, foi possível verificar que as relações políticas, econômicas, sociais e afetivas entre senhores e escravos na colônia sulina tiveram um propósito direto de exploração e alienação do cativo. A utilização de estudos específicos sobre a solidariedade e formação da família escrava nos deram suportes para compreender que a estrutura formada pela família escrava legava ao homem negro alguma possibilidade de manutenção de sua identidade, através da preservação de sua cultura, viabilizando alguma resistência aos mandos do senhorio. As relações de sociabilidade vão viabilizar um contato mais próximo e social entre esses sujeitos, também uma superexploração por parte dos senhores, pois para ceder às necessidades dos escravos, verificando o contexto de fronteira que estão inseridos estes atores protagonistas, as relações de sociabilidade vieram contribuir para manutenção do sistema sem maiores prejuízos para os senhores e trazer algumas vantagens para os cativos e suas famílias.
Palavras-chave: Escravidão, Sociabilidade, Família Escrava

170 - Título: “Brasileiros – Poloneses Uma identidade construída nas comunidades de Casca e Santo Antonio do Palma (1990-2010)”

Autor: Lúcia Barrili
Orientador: Prof. Dr. João Carlos Tedesco
Banca: Profª. Dr. Ana Luíza Setti Reckziegel (UPF), Prof.Dr. José Carlos Radin (UFFS)
Defesa: 29/04/2011
Resumo: Este trabalho se propôs a analisar os elementos utilizados pelos descendentes de poloneses, dos municípios de Casca e Santo Antônio do Palma, RS, para construir sua identidade étnica e manter sua cultura. A partir da pesquisa de campo, foi possível identificar como elemento principal na construção da identidade, a Braspol - Representação Central da comunidade Brasileiro-Polonesa no Brasil. Essa entidade possui núcleos nos municípios estudados, que promovem e divulgam atividades ligadas a cultura polonesa. As atividades de destaque – o Jantar Polonês, as oficinas de artesanato típico, o grupo de danças folclóricas e celebrações religiosas, visam o fortalecimento da cultura étnica nas comunidades de descendentes, que estava em processo de desvalorização e esquecimento. O êxito dessa iniciativa esta na mobilização dos descendentes, principalmente de terceira e quarta geração, nas atividades promovidas pela entidade. Essas atividades possuem elevado caráter identitário, algumas inventadas, como a dança folclórica, recentemente incorporada ao repertorio étnico, que objetivam a conquista do espaço frente ao ambiente multicultural em que se inserem. Mas essa identidade promovida pela Braspol possui características, notadamente da realidade local dos descendentes, de pequenos agricultores. Essa dinâmica rural e uma herança dos antepassados, que ainda e perpetuada através das gerações, e se manifesta na cultura como uma marca. E na área rural, nas capelas, nos lares de agricultores descendentes que a cultura polonesa ainda se mantém e luta para isso, com a ferramenta da memória, principalmente oral. Foram as memórias biográficas que possibilitaram acrescentar informações sobre o passado local, tanto histórico quando cultural, e compreender a memória evocada e também construída, em torno da polonidade dos descendentes. Essas diferentes memórias, uma familiar, cotidiana, e outra coletiva, identitaria, mesmo que pouco valorizadas pelo grupo, demonstraram a separação e ao mesmo tempo interligação entre a cultura trazida pelos antepassados, espontânea, e a identidade promovida pela Braspol. Assim se constitui a construção da polonidade nas comunidades de Casca e Santo Antonio do Palma, motivada pela continuidade da cultura étnica.
Palavras-chave: etnia, invenção, memória, polonidade, regionalismo.

171 - Título: “A romaria a Nossa Senhora Consoladora de Ibiaçá: organização, rituais e práticas devocionais (1952-1977)"

Autor: Fabiana Salete Tolardo
Orientador: Prof. Dr. João Carlos Tedesco
Banca: José Carlos Radin (UFFS), Gizele Zanotto (UPF)
Defesa: 28/04/2011
Resumo: O presente tema de estudo trata sobre a religiosidade popular. Dessa forma, analisa-se as manifestações de religiosidade coletiva no município de Ibiaçá – nordeste do Rio Grande do Sul, reveladas nas primeiras décadas do século XX, tendo os capitéis como espaços das mesmas até a constituição do Santuário Diocesano de Nossa Senhora Consoladora em Ibiaçá. Os esforços estão centrados em compreender as transformações históricas manifestadas nas devoções, rituais e peregrinações, sob o ponto de vista religioso e histórico-cultural: a influência da Igreja Católica no cenário regional; a presença marcante e significativa de um líder religioso denominado de Padre. Todos esses fatores foram fundamentais para a passagem de uma realidade a outra de manifestações de fé. Em meados de 1970, consolidou-se o Santuário de Nossa Senhora Consoladora, o qual aglutinou de maneira institucionalizada a romaria em honra a Nossa Senhora Consoladora, evento religioso, que acontece anualmente no último domingo de fevereiro no município de Ibiaçá. Essa peregrinação teve início em 1952, sendo criada e idealizada pelo Padre Narciso Zanatta, que iniciou o movimento religioso em devoção a Nossa Senhora Consoladora dos Aflitos, conhecida popularmente como Nossa Senhora Consoladora. Em 1970 iniciou-se a construção do Santuário e, no dia 22 de fevereiro de 1977, o Bispo Diocesano, Dom Henrique Gelain, elevou a Igreja Matriz da Paróquia de Nossa Senhora Consoladora à categoria de Santuário Diocesano. A partir de então, pode-se constatar que as manifestações de religiosidade popular cresceram muito. Sendo assim, este estudo analisa as ritualizações, as mediações, alguns pedidos de romeiros, enfim, os processos organizativos que constituem essa grande manifestação de religiosidade de âmbito regional. Diante dessas transformações, a devoção a Nossa Senhora Consoladora se manteve e foi aumentando com o lançamento das romarias e com o elevado número de graças alcançadas, resultando num movimento religioso voltado para a cura de doenças. Tal movimento foi essencialmente direcionado aos romeiros, devotos de Nossa Senhora Consoladora. O grande indício das atribuições a Nossa Senhora Consoladora foi a construção do Santuário, sendo que perto dali existe o capitel de São Cristóvão como espaço sagrado, de devoção, com ritualizações e orações. No acontecimento das romarias houve fortes manifestações de religiosidade durante as missas, procissões, ofertas, ex-votos, promessas, agradecimentos as graças alcançadas e homenagens prestadas a Nossa Senhora Consoladora. Por isso, percebe-se que a região de Ibiaçá se caracterizou numa dinâmica própria: a cura de 7 doenças e os milagres realizados diante da fé e da popularidade de Nossa Senhora Consoladora, bem como a ocorrência de romarias até a atualidade.
Palavras-chave: Romaria, Religiosidade popular, Santuário, Nossa Senhora Consoladora.

172 - Título: “O barão de Caxias na guerra contra os farrapos”

Autor: Jeferson dos Santos Mendes
Orientador: Prof. Dr. Luis Carlos Tau Golin
Banca: Paulo Afonso Zarth (UFFS), Adelar Heinsfeld (UPF)
Defesa: 26/05/2011
Resumo: A guerra civil de 1835-1845 foi encabeçada, principalmente, por estancieiros descontentes, que ocuparam, relativamente, regiões da parte sul da província. Porém, a partir do golpe da Maioridade e, em especial, de 9 de novembro de 1842, com a posse do barão de Caxias como presidente e comandante das armas da província do Rio Grande do Sul, os imperiais tomaram a ofensiva. Após tomar posse, Caxias organizou o exército imperial na província em diferentes posições, ocupando pontos estratégicos e fortificando-os. Aplicando uma guerra de posição, concomitantemente a uma guerra de movimento, Caxias dominou os rebeldes. Terminada a ação militar, restavam as negociações com o Império, acertadas com o termo de anistia concedido pelo imperador.
Palavras-chave: Caxias. Guerra de posição. Guerra de movimento. Conversação.

173 - Título: “Do um que não é sete: o caso da antiga redução de San Francisco de Borja e a dinâmica da diferença” 

Autor: Rodrigo Ferreira Maurer
Orientador: Prof. Dr. Luis Carlos Tau Golin
Banca: Paulo Afonso Zarth (UFFS), Gizele Zanotto (UPF)
Defesa: 26/05/2011
Resumo: Esta dissertação analisa o sentido refratário que historicamente ficou classificada a antiga redução de San Francisco de Borja. Nesse sentido, abordaremos questões relacionadas à parte cultural, social e étnica que acabaram envolvendo a mesma, levando-se em consideração o espaço-região que lhe foi destinado quando da sua fundação. Conceitos como o de diversidade reducional e de centro conversor das missões serão utilizados para provar que a identidade e o fortalecimento daquela redução se deram por uma conseqüência cultural e de identificação com os chamados povos ocidentais do rio Uruguai, no caso, Yapeyu, La Cruz e Santo Tomé. Esta projeção foi assumida pela redução de San Francisco de Borja e formalizou um fluxo contínuo entre as duas margens do rio Uruguai. Tal encargo acabou lhe rendendo duas “certidões”: a histórica e a de descritiva. A certidão histórica será aplicada para caracterizar o processo da sua fundação, levando-se em consideração os motivos que envolveram a mesma no ano de 1690. Já a certidão descritiva é aquela que ficou registrada nas fontes primárias, sobretudo de origem religiosa, que objetivaram repassar à redução a responsabilidade por várias desordens que o projeto reducional comportava. A partir dessa problemática apresentaremos questões aleatórias que acabaram envolvendo diretamente ou indiretamente a redução ou alguns dos seus personagens para provar que os mesmos refletiam uma conjuntura colonial que agia de maneira silenciosa e sorrateira para alcançar os interesses que envolveram o contexto. Para isso lançaremos a hipótese da existência de um acordo paralelo no qual antecipou possíveis desordens a partir da aplicação do Tratado de Madri na América Meridional. Parte desse conteúdo servirá de base para discorrermos sobre a Guerra Guaranítica e, sobretudo a não participação da redução de San Francisco de Borja na mesma. A explicação para tal discordância se dará por fatos relacionados ao ano de 1758, quando questões passaram a ser levantadas a partir de mini-inquéritos nos refúgios potenciais da época: nas estâncias ganaderas. Em conjunto, aconselha-se a edificação de um cenário paralelo que foi envolvido por uma série de fatos que teve San Borja e seus personagens como objetos centrais, contudo os mesmos foram analisados a partir de duas constantes do período colonial: o “cotidiano indígena” e o possível “mundo em conversão”.
Palavras-chave: Projeto Reducional, Tradições indígenas, Mediação Cultural, Relações Cotidianas.

174 - Título: “Harmonia tonal e positivismo: uma análise dos repertórios da Orquestra de Concertos de Erechim na década de 1950” 

Autor: Gleison Juliano Wojciekowski
Orientador: Prof. Dr. Gerson Luís Trombetta
Banca: Paulo José de Sá Bittencourt (UFFS), Adelar Heinsfeld (UPF)
Defesa: 17/06/2011
Resumo: A cultura de qualquer sociedade consiste na soma de ideias e comportamentos, constituindo-se em uma variante da herança social. A música faz parte da cultura e esteve presente na história do desenvolvimento de Erechim, como se constata nas entrevistas realizadas e nos documentos utilizados neste trabalho. Além de a música fazer parte da vida dos colonizadores, sempre houve uma valorização desta arte em Erechim, como observamos ao pesquisarmos sobre a fundação da Orquestra de Concertos, fundada em1950, com a participação de imigrantes e descendentes de imigrantes europeus. A Orquestra de Concertos de Erechim foi fundada no dia 10 de junho de 1950 pelo maestro Frederic Schubert e um grupo de amigos também admiradores da música, que muito contribuíram para a música erudita no município. Também se observou a influência do positivismo e tonalismo na Orquestra de Concertos de Erechim, que teve sua origem em uma cidade organizada e planejada dentro dos moldes positivistas da “ordem e progresso”. A referida Orquestra seguiu a construção social e estética de alguns grupos representativos, cujo ideal era a música como arte. Não como algo livre e solto no mundo, mas que possui um significado e uma relevância específica no interior da cultura de uma sociedade em desenvolvimento. Buscou-se relacionar o pensamento positivista e o sistema tonal através das categorias ideia de progresso, racionalização, protagonismo do sujeito e ideia de beleza. A ideia de progresso está relacionada à questão da progressão na harmônica tonal em um sentido amplo de progresso, sendo fundamental esse elemento no ideal positivista.
Palavras-chave: harmonia tonal, Orquestra de Concertos de Erechim, positivismo.

175 - Título: “A ação popular (AP) no Rio Grande do Sul: 1962 - 1972” 

Autor: Cristiane Medianeira Ávila Dias
Orientador: Profª. Dr. Ana Luiza Setti Reckziegel
Banca: Enrique Serra Padrós (UFRGS), Adelar Heinsfeld (UPF)
Defesa: 20/06/2011
Resumo: Esta dissertação trata da trajetória da Ação Popular (AP) no Rio Grande do Sul entre 1962 e 1972. Buscou-se analisar as ideias, formas de atuação, táticas e estratégias que a AP adotou em âmbito estadual, salientando-se os vínculos e as diferenças em relação à AP nacional. Observou-se que a Ação Popular após a sua fundação (1962) apoiou, mesmo que de forma crítica, o plano reformista de João Goulart, tendo participado do Movimento de Educação de Base (MEB) e formado junto com o Partido Comunista Brasileiro (PCB) e os chamados “Independentes”, a Frente Única, que manteve a hegemonia dentro do movimento estudantil estadual até o golpe civil-militar de 1964. Após o golpe, a AP passou por um período de cisões e rupturas internas, mas continuou desenvolvendo ações junto ao o movimento estudantil e operário, optando por não aderir à luta armada. Em 1967, a AP adotou a política de integração na produção que determinava o envio de seus militantes para trabalharem junto a camponeses e operários em várias regiões do país. O envio de militantes tornou-se mais intenso após a decretação do AI-5, em dezembro de 1968. Neste sentido, militantes foram enviados para o Rio Grande do Sul em meados de 1969 para organizar o setor estudantil e operário da AP, que havia sofrido os efeitos da repressão com o afastamento da maior parte de seus integrantes. Além disso, a AP estruturou um esquema de passagem de militantes para o Uruguai e a Argentina através do estado que ficou conhecido como “Esquema de Fronteira”. As ações da AP praticamente acabaram no ano de 1972, quando a maior parte dos seus integrantes foi presa pelo DOPS em Porto Alegre. A pesquisa utilizou fontes tais como documentação produzida nos órgãos de repressão (DOPS, SOPS), na Comissão Especial de Investigação Sumária (CEIS) da UFRGS; jornal Correio do Povo e depoimentos de militantes da organização. O referencial teórico baseou-se nos conceitos desenvolvidos por Antonio Gramsci de intelectual orgânico, hegemonia, senso comum, bom senso e bloco histórico. O trabalho também se amparou nos conceitos de “memória condicionada”, desenvolvido por Jacques Le Goff, e pela definição de “fronteiras ideológicas”, desenvolvido por Luiz Alberto Moniz Bandeira.
Palavras-chave: Ação Popular, Rio Grande do Sul, Esquema de Fronteira

176 - Título: “Justiça do Trabalho: demandas trabalhistas no norte do Rio Grande do Sul (1941-1960)”

Autor: Alex Faverzani da Luz
Orientador: Profª. Dr. Janaína Rigo Santin
Banca: Altair Fávero (UPF), Ana Luiza Setti Reckziegel (UPF)
Defesa: 22/07/2011
Resumo: Almeja-se abordar através da presente pesquisa o surgimento e a evolução histórica da Justiça do Trabalho como um marco para a conquista dos direitos trabalhistas e sociais da classe trabalhadora no Brasil. O advento da Justiça do Trabalho resultou de etapas evolutivas nas lutas sociais, com a finalidade de garantir dignidade e justiça aos trabalhadores, amparada pelos direitos trabalhistas, fundados ao longo das promulgações Constitucionais e na Consolidação das Leis do Trabalho de 1943. Dessa maneira, pretende-se elencar as principais etapas dessa trajetória que, pouco a pouco, moldou e aperfeiçoou a Justiça do Trabalho no Brasil, bem como aprofundar a pesquisa histórica junto ao município de Passo Fundo (Rio Grande do Sul), especialmente no período em que se concerne à instalação da Justiça do Trabalho no município no ano de 1959. Destarte, a pesquisa terá como marco temporal o período de 1941 a 1960, e como marco regional o Município de Passo Fundo, Rio Grande do Sul, Brasil. Serão analisados no decorrer da pesquisa acórdãos trabalhistas do Tribunal Regional do Trabalho de processos provenientes da Justiça do Trabalho de Passo Fundo, do período de 1959 a 1960, com o intuito de desenvolver a diligência histórica junto às fontes documentais que ilustram a evolução da Justiça do Trabalho como instituição integrante do Poder Judiciário. Através desta pesquisa documental, será possível mapear dados relevantes como o perfil do profissional que litigava na Justiça do Trabalho de Passo Fundo, os pedidos postulados com maior frequência, e as decisões que eram proferidas pelos magistrados em grau de acórdão.
Palavras-chave: Justiça do Trabalho, História, Direito do Trabalho, Direitos Sociais.

177 - Título: “Tropeirismo e criatórios de mulas em Lagoa Vermelha, nordeste do RS (1914 – 1955)”

Autor: Itací de Souza e Silva
Orientador: Prof. Dr. João Carlos Tedesco
Banca: Joel João Carini (IFF), Eduardo Munhoz Svartman (UPF)
Defesa: 25/07/2011
Resumo: O tropeirismo de mulas no Brasil teve seu início nas primeiras décadas do século XVIII quando foram descobertos minerais preciosos no centro do país, mais precisamente na região de Minas Gerais. O transporte do ouro, prata e diamantes era feito por muares (burros e mulas) buscados no Sul do Brasil. O Rio Grande do Sul tornou-se o principal fornecedor de produtos de origem animal e de muares à região central, através da feira de Sorocaba. Por volta da década de 1860 o comércio de muares entrou em declínio, sendo que no Rio Grande do Sul o tropeirismo com mulas continuou tendo sua importância econômica, servindo como alternativa para o transporte de cargas. Lagoa Vermelha, cuja fundação ocorreu em razão da atividade tropeira, comercializava muares criados na região e produtos cultivados no município com as áreas de colonização alemã e italiana. Em contrapartida comprava das colônias produtos básicos que eram necessários à subsistência das fazendas. A ruptura desse sistema se fez sentir desde 1950 quando surgiram investimentos alternativos na região como na pecuária bovina, no cultivo agrícola, e na substituição do transporte animal pelo automóvel. Esta abordagem mostra-se, portanto relevante, pois reconstitui aspectos peculiares do tropeirismo de mulas no município, ocorrido entre os anos de 1914 a 1955, possibilitando, assim, compreender também as raízes históricas de sua formação. Esta investigação baseou-se em fontes orais, documentais e bibliográficas sobre o tema, tendo sido feita uma pesquisa na região de Lagoa Vermelha junto a criatórios de mulas, antigos criadores, tropeiros, carreteiros, em arquivos históricos, etc. A pesquisa aponta, enfim, que Lagoa Vermelha teve um grande dinamismo nesse processo, tendo havido uma intensa ligação com a região colonial italiana e alemã do estado gaúcho assim como o incentivo na criação de muares no município.
Palavras-chave: Tropeirismo de mulas. Criatórios. Lagoa Vermelha.

178 - Título: “Em busca do convencimento: disputas político-eleitorais entre pessedistas e petebistas no Rio Grande do Sul (1945-1954)”

Autor: Marcos Jovino Asturian
Orientador: Profª. Dr. Ana Luiza Setti Reckziegel
Banca: Luciano Arrone de Abreu (PUC/RS), Eduardo Munhoz Svartman (UPF)
Defesa: 05/08/2011
Resumo: O presente trabalho busca compreender a disputa eleitoral entre o Partido Social Democrático (PSD) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) nas eleições de 1947, 1950 e 1954 para governador do Rio Grande do Sul através das páginas do jornal Diário de Notícias, configurando um estudo de história política tendo como fontes documentais a imprensa. Para tanto, se utilizará a tradição analítica relativa ao conceito de ideologia, atualizado em John Thompson, como forma geral de interpretação de um possível papel histórico das formas simbólicas no universo do político. O papel central dos meios de comunicação de massa, particularmente da imprensa escrita, constitui ponto comum de reflexão conceitual, na história e na sociologia da comunicação social. Tanto os pessedistas quanto os petebistas utilizaram o jornal como um mecanismo de produção e propagação das representações possuidoras de conteúdo político. Portanto, interessam-nos como as formas simbólicas foram criadas, em circunstâncias particulares, servindo para estabelecer, bem como sustentar relações de dominação.
Palavras-chave: Partido Social Democrático, Partido Trabalhista Brasileiro, política, ideologia, imprensa.

179 - Título: “Sob os desígnios do progresso: a experiência dos camponeses atingidos pela Barragem de Itá reassentados em Campos Novos - SC na transição do milênio”

Autor: Bruno Antonio Picoli
Orientador: Profª. Dr. Gizele Zanotto
Banca: Paulo Pinheiro Machado (UFSC), Paulo Afonso Zarth (UFFS)
Defesa: 26/08/2011
Resumo: Esta pesquisa trata da experiência das famílias atingidas pela barragem de Itá reassentadas em Campos Novos-SC no contexto da transição do Milênio. Aborda a primeira onda de progresso que se desenhou no Alto Uruguai, a territorialização e a constituição do “ethos” de colono-camponês calcado na propriedade, no trabalho na terra, na família e na comunidade circundante. Discute a ação dos estados de SC e do RS, assim como de companhias privadas de colonização no processo de inserção destas famílias tidas como veículos do progresso. Após analisa a chegada de uma segunda onda de progresso, marcada pela divulgação do projeto de construção da UHE Itá entre os municípios de Aratiba-RS e Itá-SC, os discursos que se desenvolveram no sentido de promover a obra e os benefícios do empreendimento hidrelétrico para a região, as manobras frente à legislação ambiental vigente e a privatização da construtora da UHE Itá. Aborda também as forças que se levantaram contra esse progresso novo que forçou o deslocamento e desterritorializou milhares de famílias ribeirinhas, algumas das quais para projetos de reassentamento rural coletivos. Analisa a ação de instituições que agiram como mediadoras organizando os atingidos em torno da CRAB e a atuação desta no processo de mobilização dos camponeses ribeirinhos. Depois trata dos projetos de reassentamento rural coletivos de modo geral inferindo os diferenciais do reassentamento de Campos Novos-SC, o último de um total de sete. Analisa como as famílias atualmente reassentadas em Campos Novos-SC se inserem nesse progresso, de que modo se processou, 12 anos após a instalação no mesmo, sua reterritorialização, que perspectivas tinham para o deslocamento e em que dimensões compreendem que a experiência lhes proporcionou ganhos e, ao contrário, em que dimensões consideram-se prejudicados pelo progresso. Constata, com base nisso, que o discurso “dos benefícios do progresso” não pode ser aplicado em completude, sobretudo no que versa sobre esferas subjetivas da vida de sociedades camponesas.
Palavras-chave: progresso, territorialidade, desterritorialização, reterritorialização, atingidos por barragens.

180 - Título: “Sob a condição que continue em nossa companhia”: as décadas finais da escravidão e a transição para o trabalho livre em um município rio-grandense (Cachoeira, 1871/1889)”

Autor: Aline Sônego
Orientador: Prof. Dr. Adelar Heinsfeld
Banca: Paulo Roberto Staudt Moreira (UNISINOS), Ana Luiza Setti Reckziegel (UPF)
Defesa: 13/09/2011
Resumo: Esta dissertação de mestrado propõe-se a analisar as décadas finais do regime escravista e a transição para a mão-de-obra livre no município rio-grandense de Cachoeira, no período de1871 a 1889. À luz da perspectiva da História Regional, este trabalho buscou perceber quais as singularidades que a desestruturação do regime escravista apresentou em um município de economia agropecuária. Para essa pesquisa, foram utilizados três tipos de fontes documentais consideradas fundamentais para perceber este processo: os inventários post-mortem, as cartas de alforria e o Livro de registro de contratos de criados, que foram trabalhadas quantitativa e qualitativamente. A partir dos inventários foi possível identificar a configuração social e econômica da região estudada e analisar a estrutura patrimonial em que a posse escrava estava assentada. As cartas de alforria, por sua vez, auxiliaram na percepção da dinâmica das relações entre senhores e escravos no que tange à concessão e à conquista da liberdade. Por fim, a partir do Livro de Registro dos contratos dos criados, buscou-se vislumbrar as estratégias senhoriais para garantir o domínio da incipiente mão-de-obra liberta.
Palavras-chave: escravidão, estrutura patrimonial, alforrias, contratos

181 - Título: “O Alto Jacuí na Pré-História: subsídios para uma Arqueologia das fronteiras” 

Autor: Fabrício José Nazzari Vicroski
Orientador: Prof. Dr. Luiz Carlos Tau Golin
Banca: Jairo Henrique Rogge (UNISINOS), Gerson Luís Trombetta (UPF)
Defesa: 22/09/2011
Resumo: Apesar do considerável aumento quantitativo do fluxo de pesquisas arqueológicas observado no Rio Grande do Sul nos últimos anos, atualmente a bacia hidrográfica do Alto Jacuí figura entre as regiões sobre as quais dispomos de escassas informações acerca dos processos de povoamento humano ocorridos ao longo da pré-história. O objetivo desta pesquisa é sistematizar os dados arqueológicos, históricos e etnohistóricos, compondo um panorama geral da colonização pré-histórica da região. Os dados disponíveis nos permitem atribuir o início do povoamento aos grupos de caçadores-coletores que se instalaram nestas paisagens aproximadamente no início do período holocênico. Novas levas populacionais compostas por grupos ceramistas-horticultores teriam atingido a região há cerca de dois mil anos atrás, alterando consideravelmente a dinâmica de povoamento nos vales do Jacuí e nas matas de araucária do planalto. Sua inserção geográfica na porção centro-norte do Estado caracteriza a região como uma zona de convergência e transição de diversas características do meio físico e biótico. O tratamento analítico e interpretativo das informações nos permite atribuir um caráter de fronteira ao Alto Jacuí. As interações culturais entre as sociedades humanas pré-históricas se refletiam, entre outras instâncias, em sua cultura material. A perspectiva da arqueologia contextual nos permite integrar a semiologia e abordar a cultura material considerando também seu conteúdo simbólico no contexto cultural, onde a evidência de contato é também interpretada em razão de sua função social, como elemento identitário construído e articulado numa zona de fronteira.
Palavras-chave: Pré-História, Alto Jacuí, Arqueologia, Fronteira, Contato

182 - Título: “Historiografia crítica: breve estudo do pensamento marxista sobre o Brasil de 1500 a 1964”

Autor: Tiago Pansera
Orientador: Prof. Dr. Mário Maestri
Banca: Adelmir Fiabani (UNIPAMPA), Ana Luiza Setti Reckziegel (UPF)
Defesa: 28/09/2011
Resumo: As produções historiográficas marxistas elaboradas durante o século 20 sobre a história do Brasil se tornaram fontes de pesquisa histórica, caracterizadas por análises, interpretações, e métodos singulares. Investigá-las significa conhecer e reconhecer a existência, efetividade e abrangência dessa corrente de pensamento, que produziu uma história econômica e das lutas de classe no Brasil, mas, está relegada a um passado pretensamente desconexo com o presente pelos modismos historiográficos da atualidade. Em ?Historiografia crítica: breve estudo do pensamento marxista sobre o Brasil (1500-1964)? abordou-se um amplo espaço cronológico, de 1500 até 1964, pois, conhecer a história econômica, política e social é condição primária para entender a formação social e as singularidades do modo de produção hegemônico no Brasil contemporâneo. Do mesmo modo, a compreensão do pensamento historiográfico marxista e suas nuances permitiu analisar as obras clássicas sem sacralizá-las, avançando no debate teórico e epistemológico. Foram identificadas semelhanças entre os escritos produzidos antes e durante a ditadura militar de 1964. Em muitos casos, os autores eram militantes de organizações políticas de esquerda, com destaque para o Partido Comunista do Brasil [PCB]. Esses intelectuais não produziam a história apenas para preencher páginas de livros ou para receber titulações acadêmicas. Escreviam, sobretudo, com o objetivo de contribuir para a resolução das contradições teóricas da historiografia e do desenvolvimento socioeconômico nacional. Nas obras de alguns autores, como Alberto Passos Guimarães e Nelson Werneck Sodré, era evidente a estreita vinculação com a linha de pensamento partidário e a quase sacralização do pensamento marxiano. Sobretudo, em relação aos estágios de desenvolvimento histórico das sociedades e seus respectivos modos de produção, identificados por Karl Marx no caso específico da Europa. Noutros casos, com destaque para os escritos de Jacob Gorender, muitas contradições epistemológicas do marxismo foram superadas por meio de amplos e sistemáticos estudos sobre a história do Brasil.
Palavras-chave: História. Historiografia. Marxismo.

183 - Título: “Verso e Reverso: práticas sociais, econômicas e políticas no  Kongo e no Ndongo e o domínio colonial português – séc. 15 a 17”

Autor: Lucas Caregnato
Orientador: Prof. Dr. Mário Maestri
Banca: Diego Buffa (UNC), José Rivair (UFRGS), Paulo Marcos Esselin (UFMS)
Defesa: 29/09/2011
Resumo: Esse trabalho tem como objetivo analisar as relações sociais e econômicas das comunidades aldeãs bantu, que compunham o Kongo e o Ndongo nos séculos 15 a 17. Para compreender as relações políticas e econômicas desses estados no período anterior, a dominação colonial europeia, é necessária uma análise historiográfica que contemple o modo de produção doméstico, presente nessas comunidades. Há séculos, essas populações desenvolviam práticas econômicas, alicerçadas no cultivo agrícola, na caça e na coleta, que serviram de base para a organização desses grupos, baseados em laços parentais matrilineares ou patrilineares. Com o início da exploração colonial portuguesa, mediante a chegada do explorador português Diogo Cão, em 1482-3, ocorreram mudanças profundas nas relações econômicas, políticas e sociais da região, representando o início de um longo período de dominação e espoliação das riquezas das terras “recém descobertas”. Ancorado no mercantilismo, Portugal explorará as riquezas e desenvolverá um sistema escravocrata balizado na retirada da mão de obra escrava das terras africanas destinadas as suas colônias na América. Posteriormente, objetivou-se perceber como essas formações sociais se modificaram, com o processo de dominação colonial, levando a um processo de constantes crises econômicas e políticas que resultarão na falência dessas organizações.
Palavras-chave: Ndongo; Kongo; bantu; escravidão; comunidades aldeãs bantus.

184 - Título: “Italianos e descendentes via Rio da Prata: em São Borja, Itaqui e Uruguaiana, RS (1834/1968)”

Autor: Antônio Marçal Bonorino Figueiredo
Orientador: Prof. Dr. Luiz Carlos Tau Golin
Banca: Ronaldo Colvero (UNIPAMPA), Eduardo Munhoz Svartman (UFRGS)
Defesa: 14/10/2011
Resumo: O tema  central  desta  dissertação  de  mestrado  é  a  imigração  espontânea  de italianos e descendentes, via rio Prata, em São Borja, Itaqui e Uruguaina, RS, no período 1834 -  1968.  A  literatura  especializada  a  respeito  da  imigração  italiana  oficial  a  partir  de  1875  é exuberante,  mas  carente  quanto  ao  tema  proposto,  limitando-se  àlgumas  referências superficiais à presença de peninsulares no povoamento e desenvolvimento dos locais citados. Este  trabalho  tem  por  objetivo  principal  a  constatação  da  presença  italiana  na  área  antes  de meados  dos  anos  oitocentos  e  a  identificação  nominal  dos  imigrantes  italianos  ou descendentes da primeira  geração que lá se instalaram.   O local de procedência do território italiano, o  porto  de  desembarque  –  Montevidéu  ou  Buenos  Aires,  as  formas  de  organização que  adotaram  para  inserção  na  sociedade  receptora  nos  municípios  brasileiros  mencionados, contribuições  e  inovações  que  trouxeram    e  as  mudanças  sociais  que  provocaram,  também configuram objetivos desta tarefa. O objetivo derradeiro refere-se à questão da identidade dos descendentes em decorrência do processo  de  mútua  aculturação.  A pesquisa valeu-se de documentos de fontes primárias como registro de casamentos e de óbitos, inventários antigos, informações em arquivos eclesiásticos, em jornais da época. O Apêndice A e o quadro-síntese no capítulo 3, demarcam a ponte da vertente  baseada  na  história  oral,  com  a  descoberta  de meia centena de imigrantes através de  entrevistas com descendentes. Os imigrantes italianos após desembarcarem  no  centro  do  Prata,  diretamente  ou  por  etapas,  alcançaram  a  linha  de fronteira  e  a  sub-região  em  estudo.  Observou-se  que  a  presença  dos  mesmos  reflete  alguns aspectos da imigração italiana no Uruguai e na  Argentina. Muitos deles  têm parentes nesses dois  países.  Do  longo  processo  de  miscigenação  e  recriação  de  identidades,  restam  alguns traços  identitários  de  natureza  gastronômica  e  remanesce,  ainda  e  sobretudo,  um  forte sentimento de pertencimento étnico ligado ao nome de família e à origem peninsular itálica.
Palavras-chave: italianos, rio da Prata, tríplice fronteira

185 - Título: “Perto dos olhos, longe do coração: a inserção da História da América Latina contemporânea no ensino de História (1980-2000)”

Autor: Isabel Regina Ramisch
Orientador: Prof. Dr Adelar Heinsfeld
Banca: Paulo José Sá Bittencourt (UFFS), Gerson Luís Trombetta (UPF)
Defesa: 02/12/2011
Resumo: O presente trabalho dissertativo objetiva apresentar uma análise a respeito do ensino de História, mais especificamente a inserção da História da América Latina, enquanto conteúdo programático na prática pedagógica. Para tanto, buscou-se respaldo em fontes de pesquisa como legislações de ensino e livros didáticos de História, cuja concretude alicerça trabalhos dessa natureza. Empregando a metodologia de comparação e confrontamento de fontes, delineou-se o trabalho e, ao longo do texto, permitiu construir uma análise sobre o ensino de História na contemporaneidade. O objetivo central consistiu em identificar a inclusão de conteúdos acerca da América Latina nas bases legais e nos materiais didáticos tidos, ambos, como referências à ação pedagógica. A motivação para a presente pesquisa centrou-se na busca por uma efetiva idéia de pertencimento brasileiro à América Latina, considerando os esforços no âmbito político, econômico e cultural para a implantação de projetos integracionistas em que destacamos o Mercosul. O olhar sobre as fontes de pesquisa ateve-se em observar se a América Latina ou o próprio Mercosul estavam contemplados em suas redações. Focalizou-se, neste particular, as legislações de ensino dos países que compõem o Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai), objetivando fazer emergir a inserção e a condição prevista para temas como a América Latina e o Mercosul. Destarte, houve-se por bem buscar respaldo nos livros didáticos de História das séries finais do ensino fundamental dos anos de 2002 a 2008, buscando identificar as formas de inclusão de conteúdos referentes à América Latina e ao Mercosul. Espera-se, assim, emprestar uma contribuição para com o repensar da ação de ensino e permitir um novo olhar acerca de nós, latino-americanos.
Palavras-chave: Ensino de História, Integração, América Latina, Mercosul.

186 - Título: “A casa do planalto: arquitetura rural e urbana na região dos Campos de Lages, séculos 18 e 19”

Autor: Fabiano Teixeira dos Santos
Orientador: Prof. Dr. Mário Maestri
Banca: Ester Judite Bendjouya Gutierrez (UFPEL), Rosa Maria Locatelli Kalil (UPF)
Defesa: 09/12/2011
Resumo: O trabalho que se passa a apresentar traz uma abordagem das habitações rurais e urbanas erguidas durante o período histórico de ocupação inicial da região dos Campos de Lages, no Planalto Serrano do Estado de Santa Catarina, entre os séculos 18 e 19.Estruturado a partir do levantamento e análise das edificações remanescentes, bem como daquelas já desaparecidas, mas que puderam ser identificadas por meio de documentos, sobretudo, iconográficos, busca compreender como se construía e habitava no Planalto Catarinense nesses dois primeiros séculos. Historicamente, esse período foi caracterizado pela expansão e definição das fronteiras territoriais luso-brasileiras na região platina, no contexto de uma sociedade patriarcal e escravagista cuja economia estava baseada quase que única e exclusivamente na atividade pastoril, relacionada às tropeadas de muares e à criação de gado vacum destinado aos mercados consumidores localizados principalmente no sudeste brasileiro e no litoral catarinense. Dentro de uma paisagem regionalmente muito bem caracterizada, marcada pela predominância de campos de altitude pontuados por florestas de araucária, tais construções evidenciam como o colonizador pioneiro, branco ou mestiço, português ou paulista, valendo-se quase sempre da mão de obra dos trabalhadores cativos, soube introduzir e adaptar seus conhecimentos tecnológicos (materiais e técnicas construtivas) e suas referências culturais (usos e costumes definidores da organização dos espaços de habitação e do agenciamento de plantas e tipos de casa) para a edificação de sua moradia. Disso resultou tanto a permanência de soluções e modelos arquitetônicos encontrados em outras regiões do Brasil e Portugal à época, como exemplares completamente originais, resultado da adaptação ao clima e em aproveitamento dos materiais que o novo meio oferecia ao povoador, a exemplo das residências confeccionadas inteiramente em madeira de araucária. No campo, destacando-se no conjunto edificado das sedes de fazenda, ou nas vilas, surgidas de pousos de tropeiros junto aos antigos caminhos, materializam a necessidade de fixação no território recém desbravado do final do século 18 – então singelas e mesmo precárias, levantadas em pau-a-pique – ou o franco desenvolvimento da pecuária na segunda metade do século 19, já imponentes e solidamente construídas, em alvenaria de pedra e cal.
Palavras-chave: arquitetura, moradias rurais e urbanas, fazenda pastoril
 

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