Extensão

Rio Passo Fundo: análises indicam Classe 4 para a qualidade da água

01/10/2018

16:43

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Divulgação

Análises químicas e biológicas foram realizadas ao longo do percurso da Bacia Hidrográfica do Rio Passo Fundo pela equipe do Projeto Rio Passo Fundo

A avaliação da qualidade da água, realizada a partir de parâmetros biológicos, químicos e físicos, apresentada pelo Projeto Rio Passo Fundo, indica que o Rio Passo Fundo se enquadra em Classe 4, cuja qualidade de água é ruim. As análises foram coletadas em diferentes pontos da Bacia Hidrográfica durante as expedições realizadas pela equipe do projeto no último ano. Os resultados foram apresentados na última reunião ordinária do Comitê Rio Passo Fundo, na sexta-feira, dia 28 de setembro.

O novo resultado é diferente do que aponta o Plano de Bacia do Rio Passo Fundo, que indicou, em 2012, o Rio Passo Fundo dentro da Classe 2, de acordo com a resolução 357 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) que enquadra os usos dos recursos hídricos. A diferença na classificação significa, de uma forma geral, que a qualidade do Rio está abaixo do que o indicado no Plano – documento que deveria ser o norte das ações ambientais e relacionadas aos usos da água dentro da Bacia Hidrográfica. 

Resultados preocupantes
Os resultados obtidos apontam, de uma forma geral, para um rio bastante prejudicado. O Índice de Qualidade da Água (IQA), nos 28 pontos de coleta – realizados em Passo Fundo e em diferentes municípios da Bacia – variam de médio a ruim em todos os pontos. Já o Índice BMWP (Avaliação da Qualidade da Água Através dos Macroinvertebrados Bentônicos) varia entre poluídas e fortemente poluídas. O único ponto que fica um pouco abaixo dessa característica foi encontrado em Pontão, onde está localizada a Unidade de Conservação da Sagrisa. O ponto mais crítico, de acordo com as coletas, está no Arroio Santo Antônio, que recebe grande carga de esgoto doméstico e efluentes industriais.

Análises
As análises realizadas pelo Projeto Rio Passo Fundo – desenvolvido pelo Museu de Artes Visuais Ruth Schneider (MAVRS), com o apoio do Museu Histórico Regional (MHR), do Museu Zoobotânico Augusto Ruschi (Muzar) e do Comitê Rio Passo Fundo, vinculados à Vice-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários da Universidade de Passo Fundo (VREAC/UPF), e realizado a partir do patrocínio do Programa CAIXA de Apoio ao Patrimônio Cultural Brasileiro 2017/2018 – envolveram profissionais e acadêmicos dos cursos de Biologia e Engenharia Ambiental e foram realizados em pontos diferentes de afluentes do Rio Passo Fundo que não coincidem com os escolhidos e apresentados no Plano de Bacia.

Responsável por realizar parte das coletas, a Etamb – empresa júnior do curso de Engenharia Ambiental da UPF – trabalhou junto com o Muzar para obter o maior número de informações possíveis a respeito das características da água. Foram analisados parâmetros como coliformes, pH, temperatura, Oxigênio Dissolvido, DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio), DQO (Demanda Química de Oxigênio), Nitrato, Fósforo, Sólidos Suspensos Totais, Eletrocondutividade, Cor e Turbidez e, ainda, bioindicadores – que são grupos de espécies ou comunidades biológicas cuja presença, abundância e condições são indicativos biológicos de uma determinada condição ambiental.

Entenda a classificação
A classificação do Conama é o enquadramento que define os usos da água, de acordo com a sua qualidade, em todo o país. Assim, o Rio Passo Fundo, que, segundo o Plano de Bacia, estaria em Classe 2, poderia, então, ser utilizado para a proteção das comunidades aquáticas; recreação de contato primário e secundário; aquicultura; abastecimento para consumo humano – após tratamento; pesca; irrigação; dessedentação animal e harmonia paisagística.

De acordo com as análises realizadas, as condições da água indicam que, na realidade, o rio se enquadraria na Classe 4, e, dessa forma, os únicos usos possíveis para o Rio Passo Fundo seriam a navegação e a harmonia paisagística. “É fato que estamos longe de atingir as metas definidas pelo enquadramento do Plano de Bacia. E ficamos felizes de ter o Projeto Rio Passo Fundo para nos apresentar esses dados e colaborar com ações para entender o cenário no qual o rio se insere. Precisamos de ações assim. Que esse seja um primeiro passo!”, comenta o presidente do Comitê Rio Passo Fundo, Claudir Luiz Alves, que acrescenta, ainda, que a expectativa é de que a última fase do Plano de Bacia apresente planos de ações que busquem a melhora da qualidade da água do Rio.  

 

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