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Ciência, Universidade e impactos na sociedade: a XI Semana do Conhecimento começou

03/09/2024

14:08

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Camila Guedes

Abertura de um dos mais importantes eventos da UPF foi realizada na noite dessa segunda-feira, 2 de setembro, com discussão sobre o processo formativo da ciência na Universidade

Quando se fala em ciência, logo se imagina laboratórios cheios de pesquisadores buscando transformar o mundo a partir de grandes descobertas. O que poucos sabem é que a ciência começa, muitas vezes, a partir de perguntas, aparentemente bobas, ou de demandas no dia a dia de uma comunidade. E o principal: começa dentro de uma Universidade. Foi essa a discussão que reuniu mais de 600 estudantes para a abertura da XI Semana do Conhecimento. O evento foi realizado na noite dessa segunda-feira, 2 de setembro, no Centro de Eventos e contou também com a transmissão para a estrutura multicampi.  

Neste ano, a Semana do Conhecimento, um dos mais importantes e integrados eventos da UPF, traz como tema Originalidade e Criatividade - Ciência e Inovação. Ao longo da semana, toda a Instituição viverá momentos de trocas e compartilhamento em sessões de apresentação de trabalhos, oficinas, palestras e exposições, que ocorrem em todo o Campus I. 

Presente na abertura do evento, a reitora, professora Bernadete Maria Dalmolin, destacou a importância da Semana do Conhecimento como um momento de transversalidade, de troca e de diversidade, mostrando o conhecimento que é produzido na Instituição. “Essa semana é preparada com muito cuidado, com muito carinho, com muito zelo, ela está muito rica, diversa. É uma semana que nós precisamos aproveitar ao máximo para conhecer, para descobrir, para partilhar os nossos trabalhos, os nossos conhecimentos, os nossos projetos, para ver aquilo que a Universidade do outro prédio, da outra área, faz. Aproveitem ao máximo esse momento, dediquem-se hoje e todos os dias para que vocês possam fazer o melhor percurso por esses cursos, por essa formação que vocês escolheram”, pontuou. 

A ciência como um processo de formação

A palestra de abertura contou com a presença do professor da Universidade Leonardo José Gil Barcellos, que falou sobre o tema “A ciência da Universidade, um processo formativo”. O debate foi conduzido pela professora Bernadete e pela doutoranda do Programa de Pós-graduação em Envelhecimento Humano Nayara Tatsch, com o objetivo de valorizar a ciência como um processo de formação, compreendendo seus percursos dentro da universidade e sua amplitude para a sociedade. 
Em sua fala, o professor que é docente do curso de Medicina Veterinária e pesquisador da Instituição, destacou algumas das características da ciência dentro da Universidade e como transformar essa ciência em algo que possa ser devolvido para a sociedade. “O que melhor a instituição pode devolver para a sociedade são profissionais altamente qualificados, com sólida formação técnica e humana. Isso sim faz diferença. Aquele cara que sai daqui e que tem condições de mudar a realidade em que ele se insere. E se essa realidade mudar, ele tem condições de acompanhar. Ele não saiu daqui treinado, ele saiu daqui formado”, destacou. 

Para que isso ocorra, o professor frisou que são necessárias muitas condições, tanto para os docentes, quanto para os estudantes. “O aluno precisa vivenciar a pesquisa, também a extensão, e lembrar que a luz nas nossas aulas são as experiências dos docentes. É de experiência de extensão, de experiência de pesquisa. Isso que torna nossas aulas melhores. É essencial, é vital manter o foco do aluno na sua formação integral, com um olhar humano para todas as áreas, inclusive para a inovação. Nós não podemos formar um super tarefeiro, que faz muito bem aquilo que ele passou quatro anos treinando, mas que à primeira situação totalmente nova, não tem capacidade de gerar um conhecimento novo”, lembrou.

Um dos exemplos usados pela professora Bernadete para mostrar como a ciência pode contribuir para a sociedade é o processo de reconstrução do Rio Grande do Sul após as enchentes em maio deste ano. “Como é que cada um de nós se repensa, se recoloca nesse lugar, se compromete com esse lugar?”, questionou. Para a reitora, este é o momento de trabalhar e levar para nossas pesquisas, laboratórios e nosso dia a dia esses questionamentos. “Penso que esse é o lugar da crítica, esse é o lugar das perguntas, esse é o lugar de viver as nossas pesquisas: as nossas salas de aulas. Parece-me que será um trabalho difícil e uma dessas dificuldades talvez seja a possibilidade de diálogo, de convergências, de aprofundamento, de como é que nós vamos, nas mais diferentes áreas, nos mais diferentes lugares, pensar, trabalhar, enfrentar, se envolver em projetos - sejam projetos coletivos que possam nos levar a um outro patamar de desenvolvimento humano, social e econômico. Penso que essa Semana é realmente para pensar e refletir sobre isso”, acrescentou. 

Natural do Rio Grande do Norte, a doutoranda Nayara também falou sobre a importância da ciência na transformação da vida dos estudantes. “A ciência transcende questões culturais, socioeconômicas e também regionais. A ciência é inclusiva, ela tem a capacidade de modificar vidas. Ela modificou a minha vida e eu sou extremamente grata à ciência por estar aqui. Eu tenho certeza que cada um de vocês, pelo menos a maioria, está aqui por alguém e um dia eu já estive no lugar de vocês, pela minha mãe, dona Francisca”, contou, reiterando que a ciência mudou sua vida para melhor. 

“Então, aproveitem as oportunidades que a universidade e a faculdade nos disponibilizam. Aproveitem isso. Para mudar de vida, para mudar a sua vida, a vida do seu pai, da sua mãe, do teu, enfim, para melhor”, finalizou.