História


A transição histórica do “até que a morte os separe” para “até que o mal-estar os divorcie”: um estudo sobre a dissolução da conjugalidade no Rio Grande do Sul (1965-2015)

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Autora
Maristela Piva

Ano: 2022
Páginas: 294
ISBN (PDF): 978-65-5607-025-4
ISBN (impresso): 978-65-5607-026-1
Palavras-chave: Pesquisa histórica. Casamento. Divórcio. Direito de família.

A obra vem disponibilizar, ao público em geral e aos especialistas em particular, a investigação realizada pela Doutora Maristela Piva em um campo específico da história contemporânea. Se a dissolução conjugal faz parte da realidade familiar dos nossos dias, sendo uma problemática relativamente pacificada e socialmente admitida mesmo por quem a condena, não era assim no passado, inclusive nos anos 1960 e 1970. Ao tempo, constituía um tema fraturante que dividia opiniões e relançava questões políticas, em um quadro de recrudescimento de preocupações públicas sobre a esfera do social, muito polarizadas em torno da violência doméstica e/ou sexual, bem como da defesa e da salvaguarda dos direitos individuais. As próprias desquitadas ou divorciadas eram condenadas pela opinião pública, muito moldada por uma visão religiosa do mundo. Só a partir da liberalização do divórcio é que o casamento tomou rumos e caminhos plurais, abraçando-se, na atualidade, novos compromissos emocionais e sensuais. O texto debruça-se precisamente sobre o processo que conduziu ao divórcio no Brasil, tanto em termos jurídicos como políticos e ideológicos, acompanhando-se, desde os anos 1960, as modificações registradas nas estruturas familiares, em particular na família nuclear moderna e na instituição conjugal, em estreita ligação com reivindicações de movimentos sociais, feministas ou outros, que, ao questionarem a sexualidade, o casamento e a família, apelavam a reformas legislativas, entre outros aspetos. Trata-se de um período crucial na emergência do divórcio moderno, associado a aspirações de realização pessoal e sexual em setores bastante amplos da sociedade. O texto é, assim, tributário dessa nova realidade, optando a autora por enquadramentos alargados e por perspectivas de história comparada e transnacional, pondo em diálogo o caso brasileiro com o de outros países, em particular, Portugal, de forma a detectar afinidades e diferenças, bem como a captar a singularidade brasileira.


Fundação Universidade de Passo Fundo: 50 anos

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Autora
Marlise Regina Meyrer

Ano: 2017
Páginas: 100
ISBN: 978-85-523-0002-1
Palavras-Chave: Universidade de Passo Fundo, ensino superior, Universidades comunitárias - História.

É chegado o momento de comemorarmos os 50 anos da Fundação Universidade de Passo Fundo (Fupf). A Fundação nasceu, cresceu, e amadureceu, tornando-se uma jovem senhora com a responsabilidade de zelar pelas suas três (filhas) mantidas, Universidade de Passo Fundo, Ensino Médio Integrado e UPF Idiomas.

Em geral, as datas comemorativas nos remetem à realização de avaliações e reflexões acerca dos fatos históricos, que antecederam a comemoração. Nesse sentido, os atuais conselheiros do Conselho Diretor entenderam oportuno fazer uma reconstrução histórica da Fupf como forma de consolidar os fatos relevantes dessa trajetória. Para tanto, entendeu-se importante elaborar um livro que apresentasse e esclarecesse para a comunidade acadêmica e a comunidade em geral como a história da Fupf foi formada e apresentar algumas questões que não são muito claras a todos, tais como: afinal, o que é uma fundação? Como a Fupf nasceu? Quais eram seus objetivos? Quais são as pessoas à frente de sua criação? Como foi dada sequência ao longo dos anos? Quem foram os seus Presidentes? Como a legislação influenciava e ainda influencia a condução das fundações de cunho educacional?

Enfim, este livro apresenta como essa história foi construída, com várias mãos, com dedicação e responsabilidade. Muitas pessoas dedicaram seu tempo de forma voluntária para a manutenção e o crescimento dessa Fundação, pessoas que, na grande maioria, passaram despercebidas, realizaram seu trabalho de forma competente, comprometida e discreta, cada um à sua maneira, respeitando os aspectos legais e jurídicos que normatizam as fundações.


Mundo rural, regiões e fronteiras no processo de (re)apropriação territorial e agrária

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Organizadores
Ironita Adenir Policarpo Machado
Diego José Baccin
João Carlos Tedesco

Ano: 2019
Páginas: 324
ISBN: 978-85-523-0078-6
Palavras-Chave: História - Rio Grande do Sul - Santa Catarina. Agricultura e política. Movimentos sociais rurais. Fronteiras.
Área do conhecimento: História.

O livro Mundo rural, regiões e fronteiras no processo de (re)apropriação territorial e agrária é fruto do trabalho de uma rede de pesquisadores do sul do Brasil. Eles se ocupam da problemática do acesso à terra sob a ação de variáveis político-jurídicas, econômicas e sociais no processo de (re)ocupação do espaço. Na interface entre história, antropologia, geografia, economia, sociologia rural e direito, discutem as diversas realidades rurais do norte do Rio Grande do Sul e do oeste de Santa Catarina, na perspectiva constitutiva de fronteiras e de regiões em seus múltiplos desdobramentos pretéritos e contemporâneos.

O livro que ora entregamos à comunidade, nos seus três primeiros capítulos, traz a discussão teórico-metodológica, historiográfica e empírica acerca dos conceitos de região, fronteira e propriedade da terra, numa trama histórica do processo de colonização e racionalização capitalista.


América de múltiplas regiões

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Organizadores
Adelar Heinsfeld
Ana Luiza Setti Reckziegel

Download pdf: http://editora.upf.br/images/ebook/america_de_multiplas%20regioes_ebook-pdf.pdf

Ano: 2016
Páginas: 288
ISBN: 978-85-7515-956-9 (PDF)
ISBN: 978-85-7515-957-6 (impresso)
Palavras-Chave: História regional, América Latina - História

O livro foi concebido para ser uma contribuição aos estudos da história regional. A coletânea de textos apresentada ao leitor constitui o resultado do trabalho de um grupo de historiadores que faz da história regional, em sua concepção conceitual de articulação entre o local e o global, um eixo relevante de pesquisa. Comprometido em avançar na divulgação dessas investigações que refletem sua área de concentração, o Programa de Pós-Graduação em História da Universidade de Passo Fundo aponta para o entendimento de que, no ofício do historiador, região-nação e regional-nacional não são concepções excludentes, antes complementares.


Casar bem: estratégias matrimoniais e econômicas na Região de Colonização Italiana do Rio Grande do Sul (1906-1970)

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Autora
Marinilse Marina Busato

Ano: 2019
Páginas: 243
ISBN: 978-85-523-0072-4
Palavras-Chave: Imigrantes - Itália - Brasil. Italianos - Colonização. Casamento - Aspectos sociais. Famílias - Aspectos econômicos. Comércio. Indústria
Área do conhecimento: História.

Esta obra apresenta a trajetória das famílias de imigrantes italianos Pandolfo, Bernardi e Lunardi e suas ramificações, tendo como fio condutor e elo de interligação a família Busato. Esses imigrantes italianos, originários de áreas urbanas do Vêneto, fixaram-se na sede da colônia de Guaporé no início do século XX, onde estabeleceram uma complexa rede de comércio, que abrangeu desde o distrito de Vila Maria até a sede Guaporé, ativa até a década de 1970. Esse recorte justifica-se pelo importante papel desempenhado pelos comerciantes, interligando as áreas urbanas e rurais e escoando mercadorias pelo porto de Muçum, distante 44 km da sede Guaporé. O livro apresenta uma análise que segue a linha da micro-história italiana e o uso de fontes orais. A redução de escala de análise, o método indiciário e a exploração exaustiva das fontes permitiram traçar as trajetórias familiares desse grupo de comerciantes.


A diplomacia marginal: vinculações políticas entre o Rio Grande do Sul e Uruguai (1893 - 1904) - 2ª Edição

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Autora
Ana Luiza Setti Reckziegel

Edição: 2
Ano: 2015
Páginas: 359
ISBN: 978-857515-882-1
Palavras-Chave: História, Diplomacia, Política social, Rio Grande do Sul, Uruguai.
Áreas do conhecimento: História

O tema deste livro é, precisamente, o inter-relacionamento rio-grandense-uruguaio, balizado cronologicamente no período de 1893-1904 e, factualmente, abarcando a Revolução Federalista de 1893, no Rio Grande do Sul, e as revoluções de 1897 e de 1904, no Uruguai. O período em que se situa a investigação das conexões entre rio-grandenses e uruguaios caracteriza-se por um contexto de instabilidade política decorrente das situações de guerra, no qual mereceram destaque as imbricações internacionais. Afora obras de caráter geral, não há uma sistematização específica a respeito das vinculações entre os níveis local e internacional. A pesquisa que desenvolvemos propõe-se, desse modo, a interpretar o tema com base no parâmetro de internacionalidade da região em foco, isto é, ao observar os fatos que ali se desenrolam naquele período, constatamos que foram tributários de influências externas até agora escassamente avaliadas em sua dimensão mais ampla.

Demonstraremos que se estabeleceu entre o Rio Grande do Sul e Uruguai, durante o período 1893-1904, uma verdadeira diplomacia marginal, isto é, os acontecimentos que envolveram rio-grandenses e uruguaios escaparam à chancela do governo federal, que se viu atrelado ao governo do Rio Grande do Sul, que, em última instância, determinou uma política externa contempladora do projeto de poder do Partido Republicano Rio-Grandense, o qual desconsiderava qualquer possibilidade de oposição. Em razão de os federalistas terem se refugiado no Uruguai e de ali terem traçado suas estratégias de resgate do poder, as relações com esse país ganharam uma dimensão alargada para o castilhismo-borgismo, que fez da diplomacia marginal um dos pilares mais importantes na construção de sua hegemonia.


O comunitário na identidade da Universidade de Passo Fundo

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Autores
Elydo Alcides Guareschi (in memoriam),
Irany Clemente Comin
Agostinho Both
Ivaldino Tasca

Ano: 2019
Páginas: 190
ISBN: 978-85-523-0016-8
Palavras-Chave: 1. Universidades e faculdades comunitárias. 2. Ensino superior. 3. Identidade
Área do conhecimento: História

Como não podia deixar de ser, este livro é cheio de significados: alguns resgatados com maestria pela memória dos acontecimentos e registros dos que escreveram, e outros que somente a experiência, no sentido larrosiano, pode dar. Em um contexto no qual, entre as velocidades e os excessos de trabalhos, temos de fazer paradas obrigatórias, temos que “[...] pensar mais devagar, olhar mais devagar, e escutar mais devagar; parar para sentir, sentir mais devagar, demorar-se nos detalhes [...]” (BONDÍA, 2002, p. 24).

Se hoje falamos em inovação, vale a pena conferir o que os nossos antepassados criaram.


Nas cercanias da memória: temporalidades, experiência e narração

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Autor
João Carlos Tedesco

Edição: 1
Ano: 2014
Páginas: 357
ISBN (PDF): 978-857515-866-1
Palavras-Chave: Historiografia, pesquisa histórica, memória.
Área do conhecimento: História

O livro do professor João Carlos Tedesco, que ora apresentamos, traz em si a tessitura das redes sociais pelas quais a cultura, como um texto do passado, tem sua dimensão mais dinâmica e, ao mesmo tempo, mais complexa para o trabalho do pesquisador. A sua incursão nessa rede é apresentada por meio de uma tentativa de “cercamento monitorado” da memória.  Noções como lembranças, esquecimentos, identidades são discutidas de forma peculiar, lastreadas em larga revisão de literatura, para demonstrar que existe um sentido quase “clandestino” na produção simbólica do passado.

A pergunta que o autor apresenta no livro diz respeito à busca desse sentido clandestino: como é possível de ser reconstituído o sentido da memória, não da memória em si, mas, sobretudo, as atribuições e as tarefas dela no presente?

Para ir ao encontro de respostas, Tedesco organiza um magnífico canteiro de obras, no qual os materiais básicos são a memória como passado, a experiência como o fazer e o refazer e o significado como sentido. Para o autor, esses materiais básicos são apenas um primeiro passo heurístico e estruturante, formando, assim, os sistemas de referência dos conteúdos passíveis de serem reconstituídos. O segundo passo é envolver tais noções com categorias como espaço, tempo e movimento, que, por sua vez, lhes emprestam a dimensão fenomenológica e a possibilidade da mudança social no horizonte das expectativas do tempo presente, cujo pano de fundo é uma revisão dos pressupostos da obra de Halbwachs.


Colonos, colônias e colonizadoras: aspectos da territorialização agrária no sul do Brasil

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Organizadores
João Carlos Tedesco
Rosane Marcia Neumann

Download pdf: http://editora.upf.br/images/ebook/colonos_colonias_e_colonizadoras_EBOOK-PDF.pdf

Ano: 2019
Páginas: 292
ISBN: 978-85-523-0062-5
Palavras-Chave: 1. Colonização - Rio Grande do Sul. 2. Migração. 3. Colônias.
Área do conhecimento: História

A coletânea Colonos, colônias e colonizadoras aborda os espaços e sujeitos envolvidos no processo de territorialização agrária no sul do Brasil, de meados do século XIX a meados do século XX. Discute o processo de e/imigração e colonização, na perspectiva dos deslocamentos populacionais e suas redes sociais, atravessado pelas políticas públicas – ou por sua ausência –, planejadas e executadas pelo Estado nas diferentes instâncias de poder. No horizonte dos artigos que compõem o presente volume estão os colonos, as colônias e as colonizadoras, atrelados à propriedade da terra, às interconexões com o outro, bem como à sua relação com o Estado. O avanço dos estudos no sul do Brasil permitiu, neste momento, extrapolar esse recorte e propor trabalhos de história comparada, analisando a problemática no espectro da América Latina, possibilitando novas/outras leituras e interpretações.


A dinâmica sociopolítica na agricultura familiar: os agricultores familiares e a representação política do Sutraf no Alto Uruguai gaúcho

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Autor
Jonas José Seminotti

Volume: 1
Ano: 2014
Páginas: 332
ISBN (PDF): 978-857515-853-1
ISBN (impresso): 978-857515-851-7
Palavras-Chave: Desenvolvimento rural, agricultura familiar

O livro de Jonas Seminotti, ora apresentado, fruto de sua tese de doutoramento, vem ajudar a suprir a carência de estudos sobre as dinâmicas de desenvolvimento e as origens sociohistóricas de um grupo de agricultores familiares do Alto Uruguai gaúcho: os colonos. Seu trabalho parte de uma detalhada investigação sobre o processo de colonização da região de Erechim, aborda a implantação das comunidades rurais de colonos, os conflitos com os povos tradicionais da região (caboclos e índios), os primeiros momentos da agricultura da região, bem como a relativa autonomia da atividade agropecuária praticada pelos colonos nas primeiras décadas da colonização. Com esse mapa, constitui-se o cenário de evolução da agricultura e dos atores do desenvolvimento na região.

Outro aspecto relevante do trabalho de Jonas diz respeito à reconstituição da formação das organizações e movimentos de pequenos agricultores em diferentes momentos históricos na região Alto Uruguai, tais como os Sindicatos de Trabalhadores Rurais (STR), o Sindicato Unificado dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Alto Uruguai (Sutraf), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o Movimento dos Sem Terra (MST), cooperativas, associações,  entre outras. Algumas dessas organizações nascidas no Norte gaúcho, como é da lógica dos movimentos sociais, ao constituírem laços com outras organizações semelhantes dos estados do Sul e de outras regiões brasileiras, contribuíram para formar os mais importantes atores políticos do Brasil na atualidade.

O livro tem como foco de análise a trajetória de formação do Novo Sindicalismo no campo. O chamado Novo Sindicalismo surge no país no início da década de 1980 no processo de formação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que desde sua origem contou com um expressivo setor rural.

O ponto alto do livro de Jonas é a investigação sobre as dinâmicas de desenvolvimento da agricultura familiar da região e a sua relação com o Sutraf. Para realizar essa análise o autor busca, em um primeiro momento, mapear o programa de desenvolvimento da agricultura proposto pelo sindicalismo cutista na região, suas principais ações práticas e as políticas públicas que ajudou a construir. Em um segundo momento, elabora uma tipologia de agricultores familiares da região e, com base em dados de entrevistas e de um questionário realizados em diversos municípios da região Alto Uruguai, procura analisar a diversidade de situações socioeconômicas da agricultura familiar regional, verificando o perfil social e produtivo, bem como as diferentes dinâmicas de desenvolvimento e os diversos posicionamentos políticos dos tipos de agricultores frente à direção do sindicato. Tal tipologia ajuda a compreender as diversas dinâmicas de desenvolvimento experimentadas pelos agricultores na região e as variações de suas relações com o Sutraf.

Por fim, trata-se de um livro que vem em boa hora, pois aborda questões importantes sobre as dinâmicas de desenvolvimento da agricultura familiar e investiga o papel das organizações de agricultores como agente ativo na construção dessas dinâmicas. Uma reflexão instigante para ser lançada no Ano Internacional da Agricultura Familiar.


Indígenas, quilombolas e agricultores: história e conflitos agrários no sul do Brasil

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Autores: Ironita A. Policarpo Machado, Arlene Renk, Eunice S. Nodari, João C. Tedesco, João Klug, Marcos Gerhardt, Rosane M. Neumann e Silvana Winckler

Ano: 2018
Páginas: 112
ISBN: 978-85-523-0038-0 (PDF)
Palavras-Chave: 1. História - Brasil, Sul. 2. Conflito social. 3. Quilombos. 4. Trabalhadores rurais. 5. Índios

Este livro paradidático é dirigido aos estudantes dos anos finais do ensino fundamental e aos do ensino médio. Ele é um dos vários resultados do Projeto Bases Históricas dos Conflitos Agrários Contemporâneos no Norte do Rio Grande do Sul e Oeste de Santa Catarina: indígenas, quilombolas e pequenos agricultores, que reúne professores pesquisadores e estudantes de graduação, mestrado e doutorado da Universidade de Passo Fundo (UPF), da Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc) e da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó).

O projeto e o livro atendem ao Edital 12/2015, Memórias brasileiras: conflitos sociais - proposto pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Supe­rior (Capes) no final de 2015 -, que tem por objetivo principal "promover e fomentar a realização de pesquisas científicas que resultem em livros que deverão enfocar processos e episódios (revoltas, insurreições, rebeliões populares, lutas armadas, manifestações populares, entre outros) que, ao longo da história brasileira do perío­do republicano, tenham sido expressão da conflitividade social e significativos para o entendimento da construção do Estado e da sociedade brasileira, com valorização de episódios pouco estudados da história brasileira”.


O processo de construção da Universidade de Passo Fundo

Autor
Elydo Alcides Guareschi

A tentativa de reconstruir a história da Universidade de Passo Fundo representou um grande desafio por duas razões principais: primeiro, por causa da escassez e da dispersão das informações, pois foi preciso um esforço paciente para localizar e identificar documentos e dados dispersos em arquivos, bibliotecas e porões dos prédios do campus; segundo, por causa da orientação adotada, de fazer não apenas uma crônica dos fatos, mas, sim, uma reconstrução das idéias de professores e intelectuais que idealizaram a universidade, mostrando como elas foram sendo concretizadas na prática.

Além das fontes documentais, foram colhidas memórias dos fundadores, através de entrevistas e depoimentos, anotações e escritos. Esta história foi escrita também à luz das recordações pessoais do autor, que teve uma trajetória de quase meio século ligada à UPF como aluno, professor, diretor de faculdade e reitor.

Os assuntos tiveram um enfoque sucinto e constituem uma “matéria-prima” a ser trabalhada e desenvolvida em novas pesquisas e reflexões críticas. A importância da UPF para a cidade de Passo Fundo e para a comunidade regional justifica a atenção dos pesquisadores.

A apresentação na forma de fascículos, enfocando aspectos específicos da história e da natureza da UPF, visa facilitar a leitura e a pesquisa.

O primeiro fascículo busca fazer uma ambientação histórica da UPF e destaca alguns aspectos do entorno regional e do contexto histórico-cultural. Descreve, ainda, as entidades que antecederam a criação de cursos superiores em Passo Fundo.

Este repasse das origens históricas e culturais é imprescindível para a compreensão da universidade.

O segundo fascículo acompanha as tentativas de organização do ensino superior, particularmente na fase do nascimento e da implantação da UPF. Analisa também elementos conceituais que embasaram o modelo da UPF como instituição comunitária e regional.

O terceiro fascículo aborda a regionalização da UPF e sua inovadora estrutura multicampi.

O quarto fascículo mostra a contribuição da universidade para o desenvolvimento econômico e social de Passo Fundo e da sociedade regional como um todo.

O quinto fascículo descreve o campus físico da UPF, considerado um dos mais belos do país.

Na seqüência, o fascículo sexto oferece uma visão panorâmica das atividades de ensino, pesquisa e extensão.

O sétimo descreve as experiências de planejamento, avaliação e gestão universitária.

A contribuição da comunidade acadêmica é enfocada no fascículo oitavo.

No epílogo, os fatos e valores da história da UPF são apreciados na perspectiva dos novos horizontes que se anunciam.

Os dados e as referências bibliográficas se referem ao período de 1950 a 1999. As notas esclarecem fatos e pontos de vista e remetem o interesse do leitor para outros documentos e pesquisas.

O autor sente-se feliz pela oportunidade de saldar um débito moral com a sua universidade, partilhando com os professores, funcionários e alunos a experiência da construção da UPF, em meio ao entusiasmo e espírito inovador que empolgaram a comunidade acadêmica, principalmente nos anos iniciais. Como disse um conhecido historiador, Paul Arbonne Bastide: “É belo assistir ao nascimento de uma universidade”.

Meus agradecimentos a todas as pessoas que me apoiaram e tornaram possível esta história da Universidade de Passo Fundo.

Passo Fundo, 26 de fevereiro de 2001.

Prof. Elydo Alcides Guareschi


História do mundo rural: o sul do Brasil

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Organizadores
Ironita A. Policarpo Machado
Marcos Gerhardt

Edição: 1
Ano: 2017
Páginas: 391
ISBN (PDF): 978-85-7515-987-3
Palavras-Chave: Rio Grande do Sul - História, Desenvolvimento rural, Movimentos sociais, Trabalhadores rurais
Área do conhecimento: História

Esta obra está estruturada em duas partes, que são articuladas entre si pelo conceito de “mundo rural”: Ocupação humana de espaços e Conflitos e movimentos sociais. A primeira parte reúne temas como territorialização, colonização, imigração, fronteiras e pecuária. As migrações internacionais e nacionais são processos multiformes e complexos, possibilitando análises sob a perspectiva econômica, demográfica, serial e social. Dessa forma, abarca temas e conceitos circunscritos a redes e reciprocidade econômica, empresas comerciais, relações clientelares, trabalho escravo, fronteira agrícola e ambiental, imigração, migração e colonização.

No Brasil Meridional, em diversos espaços do mundo rural, a questão agrária apresentou características próprias, como demonstra a primeira parte deste livro. Não obstante, como eixos articuladores da primeira parte, a terra e o poder são temas presentes no processo de racionalidade econômica e nas relações produtivas. Nos processos históricos em estudo, emergiram conflitos e movimentos sociais, presentes e pretéritos, ligados à concentração fundiária, à propriedade da terra e sua judicialização, às organizações associativas e representativas dos sujeitos e dos grupos em confronto. São essas as temáticas que constituem a segunda parte desta obra: Conflitos e movimentos sociais, composta de cinco capítulos, com objetos específicos, mas relacionados com os anteriores, que colocam o mundo rural no centro das dinâmicas de produção e de relações sociais.


Gênero, identidade étnica e poder: mulheres na imigração alemã no Rio Grande do Sul

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Autores
Marlise Regina Meyrer
Daniel Luciano Gevehr

Edição: 1
Ano: 2014
Páginas: 221
ISBN: 978-85-7515-839-5 (PDF)
ISBN: 978-85-7515-840-1 (impresso)
Palavras-Chave:  Alemães no Rio Grande do Sul, imigração, mulheres na imigração alemã.
Áreas do conhecimento: História
Assunto: Imigração alemã

Os dois trabalhos apresentados neste livro têm como recorte espacial a região de imigração alemã do Vale do Rio dos Sinos, no Rio Grande do Sul. Entretanto, a imigração alemã não se constitui na temática central desta obra. Embora atravesse os textos de forma intrínseca, ela será, aqui, uma espécie de pano de fundo para as análises apresentadas. Dessa forma, a imigração alemã é um dos componentes identitários na caracterização das sociedades em estudo em nossa obra e, portanto, fundamental para o entendimento das problemáticas levantadas. A historiografia que estuda esse espaço geográfico e a sociedade que nele se desenvolveu, a partir do século XIX, quando passou a receber significativos contingentes de imigrantes alemães, tem enfatizado os imigrantes e seus descendentes de forma única, dando pouca atenção às diferenças – e especificidades – no interior do grupo. Isso despertou nosso interesse em identificar algumas dessas diferenças, dentre as quais, as que dizem respeito aos papéis assumidos pelos gêneros masculino e feminino, o que nos conduziu ao estudo sobre as mulheres na zona de imigração alemã. No entanto, o grupo formado pelas mulheres de origem étnica germânica também não se constitui em um bloco homogêneo, trazendo, em sua dinâmica interior, outros princípios de divisão e produção de espaços segmentados, como são os exemplos encontrados nos campos religioso, cultural e, principalmente, social.

Nessa perspectiva de análise é que procuramos discutir as noções de identidade étnica e de gênero com as relações de poder que se estabelecem na dinâmica de funcionamento desse grupo constituído por mulheres de origem germânica. Afinal, somente se torna possível compreender essa dinâmica e os discursos que são produzidos sobre essas mulheres, se tomarmos como ponto de partida o campo de produção dessas representações construídas e difundidas por diferentes sujeitos — que são, por sua vez, influenciados por diferentes contextos e motivações.

Inseridos em contextos e temporalidades diversos, os dois textos procuram discutir os condicionantes e os diferentes elementos simbólicos presentes na construção das representações construídas no âmbito da área de imigração alemã do Vale do Rio dos Sinos, no Rio Grande do Sul. As mulheres aqui estudadas constituem-se em um novo campo da historiografia da imigração no Sul do Brasil, ainda pouco explorado pelos meandros da história. Embora a História das Mulheres tenha proliferado nos últimos trinta ou quarenta anos, as relações entre gênero e outros elementos que compõem essa identidade ainda são recentes. Ao privilegiar grupos e espaços até pouco tempo não contemplados pelos historiadores, chamamos atenção para o caráter múltiplo – e dinâmico – da identidade, que nunca é única, mas resultado de diferentes elementos presentes na sociedade que a produz.


Bens culturais: da pesquisa à educação patrimonial

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Organizadoras
Ironita A. Policarpo Machado
Gizele Zanotto

Edição: 1
Ano: 2017
Páginas: 170
ISBN (PDF): 978-857515-986-6
Palavras-Chave: Rio Grande do Sul - História, Patrimônio histórico, Patrimônio cultural, Memória
Áreas do conhecimento: História

Os bens culturais, de uma forma ou de outra, trazem sentimentos, vida e morte, experiências reveladas e soterradas, particularidades e singularidades que podem dizer muito de um contexto histórico específico. Nesse sentido, nas últimas décadas do século XX e início do XXI, os bens culturais passaram a ser estudados com maior amplitude, porque “a consciência da ruptura com o passado se confunde com o sentimento de uma memória esfacelada. O sentimento de continuidade torna-se residual aos locais”. É sob esses sentidos, experiências, fragmentos e fiapos de pretérito, ameaçados pela aceleração do contexto social contemporâneo, que pesquisadores se debruçam de memórias-patrimônios à constituição de representações de bens culturais capazes de democratizar, reconhecer e valorizar os diversos grupos humanos e sociais, pretéritos e atuais artesões de identidades.

Ainda, é necessário destacar que essas perspectivas de pesquisa são fruto da ampliação de objetos, problemas e fontes. Os textos que compõem esta coletânea são prova disso, pois apresentam um diverso e consistente corpus documental.

Esta obra está estruturada em cinco capítulos. Os quatro primeiros são temáticas diversas, fruto de pesquisas acadêmicas, mas articuladas entre si pelos campos teórico e empírico dos bens culturais, e o último capítulo traz um panorama de experiências extensionistas acerca do patrimônio.

Os textos possibilitam uma pluralidade de leituras, entre elas, destacamos: os bens culturais como potencializadores de uma diversidade de pesquisas, portanto, de conteúdos carregados de elementos identitários; a ampliação de objetos, problemas e fontes de pesquisa na perspectiva patrimonial, permitindo, assim, a constituição de metodologias próprias, dialogando com as diversas áreas das ciências humanas e sociais; e a prática dialógica do professor-pesquisador com a comunidade em geral por meio de reflexões acerca da pluralidade cultural e subjetiva de seus protagonistas, diante do desafio de problematizar o uso da memória e da história como possibilidade para diversos elementos e acep- ções, como demonstram as reflexões que compõem esta obra.

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