Por: Assessoria de Imprensa
Fotos: Caroline Simor
Temática foi escolhida para a 12ª edição do Simpósio de Alimentos da UPF
Realizado a cada dois anos, o Simpósio de Alimentos (Sial) da UPF é promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, juntamente com o curso de Engenharia de Alimentos. Em seu 25º ano, o evento reuniu acadêmicos, professores e pesquisadores para discutir o tema “Bioprodutos agrícolas: inovação da pesquisa ao mercado”. As atividades iniciaram na noite desta quarta-feira, 03 e seguem até sexta, dia 5.
Desde sua primeira edição, o SIAL se propõe a ser um espaço para o debate científico, oportunizando a troca de conhecimentos entre a ciência, a tecnologia e a engenharia de alimentos. Para a 12ª edição, o evento trouxe como tema a sustentabilidade agrícola. Conforme o coordenador do evento, professor Dr. Jeferson Stefanello Piccin, os temas que estarão na programação são de extrema relevância para a atual situação mundial, uma vez que dados apontam que mais de 750 milhões de pessoas no mundo passaram fome no último ano.
Ele explica que, embora as áreas de cultivo estejam aumentando no mundo em termos absolutos, a proporção dessa terra usada para culturas destinadas à alimentação direta tem diminuído. Por isso, para esse ano, a proposta foi trazer uma reflexão mais ampla no sentido da palavra alimento, apresentando aspectos desde sua produção na agricultura até as etapas de destinação dos resíduos, gerados na produção. “Então, trazendo esse aspecto de economia circular ao entorno da cadeia de produção de alimentos, as temáticas foram pensadas no sentido de olhar uma agricultura um pouco mais sustentável, trazendo a questão muito forte dos bioinsumos, passando pela parte de segurança alimentar e nutricional que é tão importante discutir, afinal de contas existem tecnologias que se apresentam e precisamos colocar isso no âmbito da sustentabilidade social, ambiental e obviamente econômica também”, observou.
Atualmente, a grande questão em todos os setores econômicos é a produção sustentável e, mesmo antes dessa preocupação global, o Simpósio já chamava acadêmicos e pesquisadores para a reflexão. Conforme o coordenador do PPGCTA, professor Dr. Vandré Brião, ao longo dos 25 anos e das 12 edições, o evento estudou tendências, debateu sobre inovações, novos processos e bioprocessos. “Não tem como produzir um alimento saudável, não tem como produzir um alimento de qualidade se lá no início de tudo os processos não forem de qualidade, não forem saudáveis. Não tem como descontaminar uma matéria-prima se ela chega aqui para a gente processar e produzir. Então, o PPGCTA tem a satisfação de estender os nossos estudos de ciência de alimentos também para essa parte da cadeia”, ressalta, pontuando a importância do tema proposto.
Presente na abertura da atividade, a diretora da Escola de Ciências Agrárias, Inovação e Negócios (Esan), Dra. Cleide Moretto parabenizou a organização pela escolha do tema e destacou que sustentabilidade é um dos aspectos que precisam estar no centro dos debates de todas as áreas. “Eu fico muito feliz de ver que se fala de sustentabilidade em todos os níveis. Pensar em desenvolvimento sustentável é pensar em todas as dimensões, a dimensão produtiva é apenas uma delas, e no momento que eu penso em alimento, que é um dos vetores para o desenvolvimento humano, também estamos pensando nesse desenvolvimento social. Essa integração que acontece não apenas no curso de engenharia de alimentos, e também no programa de ciência e tecnologia de alimentos, ela integra a agronomia e várias áreas e isso também nos deixa muito feliz de perceber o quanto as áreas se interligam”, destacou.
Produzir alimentos de qualidade é fazer ciência
Agricultura tem como base a ideia da utilização dos recursos naturais de forma consciente, com adoção de práticas agrícolas que visam a conservação do solo e dos recursos naturais, permitindo que as gerações futuras sejam beneficiadas pela utilização destes mesmos recursos e promovendo qualidade de vida. Partindo desse conceito, a palestrante da noite destacou que a ciência está diretamente ligada à produção de alimentos.
Priscila Pauly Ribas, especialista de projetos no Instituto de Pesquisas Eldorado, em Manaus, ressaltou que produzir alimentos envolve uma quantidade significativa e diversa de tecnologia, de ciência e de conhecimento. Ela frisou que muitas vezes as pessoas em casa não sabem tudo aquilo que está envolvido quando está se alimentando. “Eu estou há dez anos na Amazônia estudando e trabalhando com projetos de sustentabilidade. Então, a ideia foi falar sobre a importância da produção de alimentos e aí tudo que vem envolvido, como a Revolução Verde, que foi um passo para chegar onde estamos e a agricultura sustentável, como um passo para continuarmos produzindo de forma suficiente e satisfatória”, disse.
Em sua fala ela abordou bioinsumos, produtos microbiológicos, a produção, a obtenção desses produtos e sobre tecnologia.