Curso de Medicina Veterinária realiza viagem de estudos em aquicultura

Com a participação de 30 estudantes, a viagem de estudos teve início no dia 14 de maio e integrou as ações da disciplina de Aquicultura e Sanidade Aquícola, ministrada pelo professor Dr. Leonardo José Gil Barcellos. A atividade também foi acompanhada pelo coordenador do curso, professor Dr. Carlos Bondan.

No dia 15, a equipe foi recebida pelo professor Dr. Aldi Feiden da Unioeste, e a primeira visita foi realizada na Piscicultura Starker Fish na cidade de Missal. Na propriedade, os alunos conheceram um exemplo de inovação e empreendedorismo com a produção hiperintensiva de juvenis de tilápia-do-Nilo em alta densidades e com o emprego de tecnologia e inovação. Na sequência, a visita foi em uma unidade de engorda e terminação de tilápias, local que recebe os juvenis da propriedade da primeira visita. De acordo com Barcellos, na propriedade, os alunos puderam verificar o quanto o pequeno produtor familiar está familiarizado com o uso de tecnologias avançadas, como a mecanização da produção. 

Seguindo a programação, eles também foram conhecer a piscicultura em tanques-rede Walter Kist, em Entre Rios do Oeste que cultiva tilápias e pacus em um braço do lago de Itaipu. O primeiro dia de visitas encerrou no Laboratório de Tecnologia do Pescado da Unioeste para uma degustação de sopas hiper proteicas enriquecidas com hidrolisado de proteína de tilápia. “Essas sopas são fruto de um projeto de inovação da startup ByFish para produção de alimentos funcionais para pacientes oncológicos e em recuperação de doenças debilitantes. Após a explicação técnica fornecida pela Dra. Ana Maria da Silva, e a degustação das três receitas de sopas, os alunos ainda puderam provar o delicioso sorvete hiper proteico enriquecido com proteínas de frango, produto integrante do mesmo projeto de inovação”, comentou o professor.

No segundo dia, a primeira visita ocorreu no Frigorífico Pescados Sereia Ltda na cidade de Toledo. Na sequência, foi visitado o Frigorífico Pescados Kohler na cidade de Ouro Verde do Oeste. Conforme Barcellos, em ambos os estabelecimentos, os alunos puderam acompanhar todo o processo de transporte, recepção, insensibilização, abate e processamento dos peixes. Após o almoço, todo a base de peixes, a visita foi na Piscicultura Dal Pisol, localizada no município de Marechal Cândido Rondon. Segundo Leonardo, essa propriedade é considerada modelo de intensificação e mecanização e conta com o que há de mais moderno e tecnológico na produção de tilápias. “Na visita, os alunos acompanharam desde o berçário, até a engorda, conhecendo todas as etapas da produção. O segundo dia de visitas acabou com a visita ao Aquário Municipal de Toledo, onde os alunos conheceram diversas espécies de peixes nativos e exóticos”, observou.

No terceiro dia, a última visita técnica da viagem foi em uma das maiores pisciculturas comerciais do Brasil: a Piscicultura Paturi no município de Terra Roxa. Essa propriedade conta com enorme área de lâmina d’água e na visita, os alunos puderam acompanhar uma despesca, além do processo de alimentação dos peixes em cultivo. 

Para o professor Leonardo, que já organiza a viagem desde 2019, essa edição foi marcante por ser a primeira com três dias de visitas técnicas. “Os alunos podem vivenciar na prática o modelo de sucesso da piscicultura paranaense, conhecendo e aprendendo direto com os produtores. Também conhecem todos os elos da cadeia produtiva, desde a produção dos alevinos até o abate e o processamento dos peixes”, explicou Barcellos.

Segundo a diretora da Escola de Ciências Agrárias, Inovação e Negócios (Esan), Dra. Cleide Moretto, o Paraná é o maior produtor de peixes do Brasil e a visita técnica organizada pelo professor Leonardo Gil permitiu a aproximação dos futuros médicos veterinários com toda a cadeia produtiva que envolve a piscicultura. “Dessa forma, além de poderem contar com a experiência acadêmica do professor Leonardo, que é uma das referências nacionais e internacionais da área, conhecem os processos produtivos em todas as suas conexões, em diferentes empreendimentos baseados na inovação. Para todos os participantes, a experiência é marcante para a qualificação formativa, um dos eixos principais de nossa Escola”, observou.

Para o coordenador do curso, professor Dr. Carlos Bondan, a viagem foi uma oportunidade ímpar de aprendizagem e experiências para os alunos. “Gostaria de agradecer ao prof. Leonardo pela excelente organização, por ter tudo detalhadamente planejado e executado para entregar muito ensino, muita pesquisa, muita extensão e muita inovação. São estes os quatro pilares de uma Universidade séria e comprometida com seus alunos. Reconheço e agradeço pelo comportamento maduro e responsável dos estudantes”, finalizou.

Para o professor Aldi Feiden, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca da Unioeste, e anfitrião da viagem, a parceria entre a Unioeste e a UPF se consolida ano após ano, e para a Unioeste é importante mostrar a cadeia produtiva da piscicultura aos estudantes de Medicina Veterinária e demais cursos, para estimular aos alunos a conhecerem a cadeia produtiva que mais cresce na agropecuária brasileira. “Como a região oeste paranaense concentra o maior polo de produção e industrialização de tilápias do Brasil, quem sabe a gente motive os futuros médicos veterinários a atuarem profissionalmente nesta área, pois com a intensificação da produção abrem-se novas oportunidades a área de sanidade e bem-estar animal, bem como na área de inspeção e responsabilidade técnica em entrepostos de pescado”, ressaltou Aldi.

Para a acadêmica Isabela Folle, a viagem foi uma excelente oportunidade “Quero aproveitar para agradecer a viagem incrível que tivemos. O que foi mostrado e transmitido de conhecimento e experiência para nós foi muita coisa. Muita coisa mesmo. Abre um leque de opções. Queria agradecer ao professor Leonardo por essa viagem. Sei que dá muito trabalho organizar algo desse nível. Eu voltei perplexa com tudo que movimenta ‘o mundo do peixe’. As conversas e perguntas que pudemos fazer direto aos proprietários foram muito valiosas, sem contar com todo suporte técnico dos professores e do nosso anfitrião, professor Aldi”, comentou a estudante.

A viagem ainda contou com a participação de profissionais atuantes na cadeia do peixe cultivado. Participaram a técnica em aquicultura da Prefeitura Municipal de Joinville, Fernanda Queiróz e Silva, além de Patrícia Sato, Presidente e Diretora Técnica da ONG Alianima e Caroline Marques Maia, especialista em peixes da mesma organização. “Visitar fazendas de produção e frigoríficos de peixes no Paraná foi uma excelente oportunidade de aprendizagem sobre como o setor funciona na prática. Para quem trabalha com o bem-estar dos peixes, como é o meu caso, foi uma experiência crucial para entender os pontos críticos nesse cenário. Agradeço ao professor Leonardo Barcellos pela oportunidade”, destacou Caroline Maia.
 

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