Geral

Acolhimento, orientação e trocas de experiências: os desafios da parentalidade atípica

30/10/2023

17:11

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Camila Guedes

Pais de crianças e adolescentes com TEA participaram de atividade promovida pelo curso de Psicologia, projeto TEAcolhe e Apae

Cerca de um ano e meio após o nascimento do filho Benjamin, Debora Saueressig recebeu o diagnóstico: Transtorno do Espectro Autista (TEA). Desde então, a jornalista vem falando sobre o tema em suas redes sociais, por meio da página Colo de Mãe, no Instagram. Débora foi uma das convidadas da “Jornada para Pais: orientação e acolhimento de parentalidade atípica”, promovido no último sábado, 28 de outubro, para acolher e orientar pais e mães de crianças e adolescentes com TEA. A iniciativa é do curso de Psicologia da UPF, por meio do projeto de extensão Infat, e do projeto TEAcolhe, em parceria com a Apae. 

Débora compartilhou os primeiros desafios que os diagnósticos de TEA e também de macrocefalia trouxeram para a criação do Benjamin. “Teve um momento em que eu não sabia o que era mais grave. O autismo que eu conhecia era um autismo de filme, um autismo distante e quando você recebe dois diagnósticos desse tamanho na mesma consulta em questão de 10 minutos, um buraco se abre, eu não sabia o que fazer”, lembrou. Segundo a jornalista, hoje, esse medo passou. No entanto, as dificuldades permanecem. A diferença, para ela, é que, com o tempo, pais e mães se tornam mais fortes e mais resilientes. “Nós vamos criando estratégias para lidar melhor com as dificuldades dos nossos filhos”, completou. 

Na opinião da jornalista, uma das questões mais importantes sobre a TEA é que crianças e adolescentes com o diagnóstico podem e devem estar atuantes nos meios sociais. “Eles podem e devem ir à pracinha, eles podem e devem ir à escola. Nós podemos e devemos fazer uso das filas prioritárias, na farmácia, no supermercado, no estacionamento. Nós temos direitos, nós temos legislação, nós temos leis protetivas”, frisou ressaltando a importância de momentos de encontro para pais atípicos, como o promovido pela UPF. “Esse encontro é que para que a gente saiba que estamos juntos. Nossos filhos são o que eles podem ser e cabe a nós sermos os porta-vozes eles. E falar sempre que necessário, lutar sempre que for preciso. Isso é indispensável em nome deles, em nome dos direitos deles, em nome da evolução deles, em nome da aceitação social deles, em nome do processo educacional deles”, finalizou. 

Grupo atende a uma demanda dos familiares
A Jornada para Pais é uma iniciativa do Infat, projeto de extensão do curso de Psicologia da UPF que promove atendimentos parentais, com diferentes demandas, como TDAH e educação positiva. De acordo com a coordenadora do projeto, professora Vanisa Fante Viapiana, em função de uma demanda de grupos de pais de crianças e adolescentes do diagnóstico de TEA, o grupo decidiu promover a ação. “Junto com o projeto TEAcolhe, que é uma iniciativa governamental, surgiu essa parceria, com o objetivo de acolher, orientar e trocar experiências”, explicou. 

Ainda na opinião da professora, entre as principais demandas deste público estão a sobrecarga das famílias. “São pais e mães que correm, que lutam no dia a dia, em busca de terapias e das melhores oportunidades para seus filhos. E nós ainda temos pouco suporte para esses familiares que também mudam suas rotinas, são famílias que precisam se reconstruir. O diagnóstico tende a dar um baque inicial, então a gente pensa que o primeiro impacto é mais negativo, é uma quebra daquelas expectativas que a gente tem em relação aos nossos filhos, e aí como o tempo as coisas vão se alinhando, mas ainda temos poucos espaços para esses cuidadores”, disse.

 

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