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Cuidar em liberdade: evento discute a luta antimanicomial

30/05/2023

10:45

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Camila Guedes

Reitora da UPF, professora Bernadete Dalmolin falou sobre o tema e compartilhou suas experiências em saúde pública

Uma discussão atemporal, que iniciou por volta dos anos 1980. Assim é o debate acerca da saúde psiquiátrica no Brasil. Com o objetivo de fomentar a reflexão sobre temas historicamente caros à Psicologia, considerando o contexto atual que demanda de profissionais e estudantes um posicionamento ético, político e humano, o Polo Passo Fundo do Conselho Regional de Psicologia promoveu, no último sábado, 27 de maio, o evento “Cuidado e(m) Liberdade: luta antimanicomial e democracia em debate”. A atividade foi realizada no auditório do Campus II da UPF, em uma parceria com a Universidade de Passo Fundo e a Liga Acadêmica de Psicologia Social e da Saúde.
As convidadas para debater o tema foram a reitora da UPF, professora Bernadete Maria Dalmolin; a integrante do Polo Passo Fundo Dirce Teresinha Tatsch; e a conselheira e coordenadora do GT Comunidades Terapêuticas do CRPRS Luciana Barcellos Fossi. A mediação foi feita pela integrante do Polo Passo Fundo Patrycia Sbeghen Zanatta. 

Especialista em Saúde Mental Coletiva, Dirce fez uma contextualização da luta antimanicomial no Brasil. Para a psicóloga, que também foi professora do curso de Psicologia da UPF, falar de política pública é falar de contexto. Entre os destaques da fala da professora, esteve a primeira lei de reforma psiquiátrica do Brasil que foi aprovada no Rio Grande do Sul, em agosto de 1992. Na opinião de Dirce, a principal perspectiva acerca da luta antimanicomial é compreender como cuidar de uma pessoa que não está entendendo o que está acontecendo com ela. “Eu acredito firmemente que atendimento em liberdade é o caminho”, pontuou. 

Doutora em Saúde Pública e especialista em Saúde Mental e Administração Estratégica em Saúde, a professora Bernadete falou sobre sua experiência como enfermeira na área e destacou a importância de falar sobre as questões históricas que envolvem o tema. “Nós que somos dessa geração viveu intensamente isso e é uma história importante de luta que precisa estar no nosso registro. Essa é uma história que precisa ser fortalecida. É importante que a gente ressignifique, olhe para essa história e entenda o que precisamos fazer nesse momento da história para que nós possamos escrever outras histórias de cuidado em liberdade”, disse. 

Para Bernadete, cuidar em liberdade parte de uma concepção de pensar as pessoas, a diversidade das pessoas, os processos subjetivos das pessoas, pensar que todos somos diferentes e que temos o direito de viver essas diferenças e cuidar dessas diferenças. “Precisamos acreditar que há outras formas de cuidado. Precisamos buscar conhecimento para isso, precisamos conversar com os pares e entender que isso é de todos nós. Todos nós temos que olhar para essa dimensão da vida e ver formas de ajudar, de fortalecer, de cuidar diferente”, acrescentou.

A mestre em Psicologia Social e Institucional Luciana Barcellos Fossi encerrou o debate falando dos avanços já obtidos até aqui e também compartilhou suas experiências na área. 

 

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