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Brasil está entre os países com menor representatividade política feminina 

29/04/2022

17:00

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Caroline Lima

Seminário realizado nesta quinta-feira (28) buscou discutir e incentivar a participação das mulheres nos diversos espaços da sociedade

Apesar de muitos avanços e de cada vez mais se observar a inserção de mulheres nos diferentes espaços da sociedade, os números mostram que o país ainda está atrasado com relação à participação feminina na política. Segundo o Inter-Parlamentary Union, no mundo, o Brasil fica à frente somente de países árabes, do Oriente Médio e ilhas polinésias.

Esses dados foram apresentados nesta quinta-feira, dia 28 de abril, durante o Seminário Mulheres na Política, realizado na Câmara de Vereadores de Passo Fundo. O encontro, que buscou discutir e incentivar a participação das mulheres nos diversos espaços, foi organizado por instituições, entidades de Passo Fundo e órgãos públicos e contou com o apoio e participação da Universidade de Passo Fundo (UPF). Durante os turnos da tarde e noite, o público pode prestigiar palestras, oficinas e apresentações culturais.

Diversidade e representatividade

A professora da UPF, Dra. Patrícia Ketzer, abriu a programação do evento. Em sua palestra apresentou dados sobre a temática Diversidade e Representatividade baseados no Inter-Parlamentary Union que apontam que o Brasil é um dos piores países em termos de representatividade política feminina. “No ranking, a nossa taxa é de aproximadamente 10 pontos percentuais a menos que a média global e está praticamente estabilizada desde a década de 1940. Isso indica que além de estarmos atrás de muitos países em relação à representatividade feminina, poucos avanços têm se apresentado nas últimas décadas”, observa, ao complementar. “Esse cenário se observa nas esferas do poder do Estado, desde as câmaras dos vereadores até o Senado Federal. Estamos na posição 154 no ranking da Inter-Parlamentary Union sobre representação feminina em parlamentos de 193 países. Estamos à frente somente de países árabes, do Oriente Médio e ilhas polinésias”, ressaltou.

Desafio brasileiro

Presente na solenidade de abertura, a reitora da UPF, professora Dra. Bernadete Maria Dalmolin pontuou sobre a relevância de promover discussões sobre essa temática. “Julgo extremamente pertinente fazermos esses diálogos e reflexões para mudar um pouco esse modo hegemônico de ver o mundo, que é muito pelo olhar masculino. Temos competência e condições, assim, é fundamental que estejamos junto com os homens compondo os diferentes espaços da sociedade e trazendo a nossa contribuição”, disse a reitora.

O juiz Dalmir Franklin de Oliveira Júnior, que assumiu recentemente a Justiça Eleitoral de Passo Fundo, destacou que o evento marca um momento inédito e histórico no município e em toda a região norte do Estado. “É um trabalho de muitas mãos que tem por objetivo abrir um espaço de discussão, de reflexão e de debate sobre a importância da igualdade de gênero. Temos hoje 52% de mulheres na sociedade brasileira e uma representatividade nos parlamentos e poder executivo de cerca de 15%. Então, a participação efetiva das mulheres na vida política como um todo é um tema que a Justiça Eleitoral de Passo Fundo se une a essa luta, à busca dessa conquista de maior número de mulheres na política”, destacou o juiz eleitoral.

Para a presidente da Lídera - Associação das Mulheres Empreendedoras, Moema Rosa de Souza, o evento foi pensado para incentivar o interesse das mulheres na política e o protagonismo nas mais diversas áreas. “É importante que as mulheres participem, que as mulheres estejam aqui e tenham voz ativa, coloquem o que pensam e o que acham e essa diversidade de ideias vai convergir para, gradativamente, a gente ir inserindo mais mulheres nesse meio e quem sabe daqui saiam algumas candidatas”, pontuou.

A presidente da Comissão da Mulher Advogada da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) - Subseção Passo Fundo, Maiaja Franken de Freitas, destaca que a Constituição da República assegura a igualdade de direitos e obrigações, mas precisa ser efetiva. “Espero que esse tenha sido o primeiro de muitos encontros para discutirmos esses diversos temas, pois viver é um ato político e o fato das mulheres entenderem a importância de se inserirem no processo político e político partidário decorre de que as leis, na maior parte do país, são feitas por homens. Então, cada vez mais, precisamos pensar a respeito de questões de diversidade, tanto de gênero quanto de raça”, observa.

Programação incluiu diversas atividades

O evento também teve a realização de oficinas sobre os temas: Violência política de gênero, com a professora Josiane Petry Faria e Luciane Zanella; Engajamento político: liderança e empoderamento, com Karen Beltrame Becker Fritz e Edivânia Rodrigues da Silva; Partidos políticos e representação feminina, com Tassia Gervasoni e Zulmara Isabel Colussi. À noite, a programação abordou a temática “O espaço cultural da mulher na política”, com Débora Vicente e, ainda, uma mesa de diálogo com mulheres representantes do Poder Executivo e Poder Legislativo. 

O encontro foi organizado pela Justiça Eleitoral, Ministério Público Eleitoral, Câmara de Vereadores, Prefeitura de Passo Fundo, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Comissão da Mulher Advogada, UPF, Ifsul, UFFS, Imed, Lídera e Acmun.

 

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