Pesquisa e Inovação

Contaminações em milho e os riscos iminentes à saúde

08/07/2019

16:34

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Divulgação

Substâncias tóxicas produzidas por fungos podem causar graves intoxicações no organismo. Assunto é tema de pesquisa da acadêmica do curso de Química (B) da UPF

Quem não se delicia com um bom bolo ou broa de milho? O milho, além de amplamente consumido em diversos produtos, é considerado um cereal com altas propriedades nutritivas, rico em carboidratos e fibras. É um alimento bastante utilizado em misturas, sendo um dos principais componentes em rações animais. Ao mesmo tempo, tem sido bastante visado cientificamente, uma vez que se tem levantado muitas questões relacionadas à sua qualidade e ao seu alto consumo, isso porque existem riscos de diversos tipos de contaminações. Uma dessas contaminações, causadas por aflatoxinas, e os riscos iminentes causados ao homem são avaliados pela acadêmica Rayanne Beulk Flores, no Programa de Iniciação Científica do curso de Química Bacharelado da Universidade de Passo Fundo (UPF).

O milho é bastante susceptível ao ataque de fungos. E uma das principais contaminações ocorre pelas aflatoxinas, metabólitos secundários de fungos que atacam o milho e outros alimentos (podendo ser outros cereais ou até mesmo frutos). A umidade e as baixas temperaturas implicam o crescimento desordenado dos fungos, que, por sua vez, provocará o surgimento das micotoxinas (substância tóxica produzida por fungo).

A presença de aflatoxinas já é considerada um problema mundial, pois a relevância de seus pontos críticos tem chamado a atenção de muitos pesquisadores. A intoxicação por tal micotoxina no organismo humano ou animal causa danos muitas vezes irreversíveis, sendo os principais relacionados ao câncer no fígado e/ou rins. Os dados levantados em artigos científicos apontam que, mesmo em concentrações relativamente baixas, as micotoxinas em geral podem causar graves intoxicações no organismo humano, uma vez que passam pelo sistema hepático e são excretadas pelos rins.

A pesquisa realizada pela acadêmica de Química da UPF, orientada pela professora Dra. Clóvia Marozzin Mistura, é sobre essa possível contaminação chegar até os alimentos após o processamento do milho impróprio. “O estudo busca atender a uma demanda do mercado de análises qualificadas de matrizes de alimentos, já que essas mesmas micotoxinas podem estar presentes em diversos outros tipos de alimentos, destacando-se o amendoim, as farinhas em geral, seus derivados e frutas”, comenta Rayanne.

Uma abordagem científica é importante, mas também a divulgação dessa preocupação para a comunidade em geral é um dos objetivos das pesquisas. “A população tem o direito à informação de boa qualidade e a consumir produtos sem contaminações que possam afetar a saúde em geral”, enfatiza a orientadora da pesquisa.