Pesquisa e Inovação

Projeto de retinógrafo portátil de baixo custo conquista registro de desenho industrial

15/12/2022

09:06

Por: Assessoria de Imprensa

Fotos: Caroline Lima

Iniciativa de startup incubada no UPF Parque tem valor acessível e filtros inovadores que ampliam as possibilidades de diagnóstico de doenças oculares, mesmo em áreas remotas

Criado com o propósito de ampliar as possibilidades de diagnóstico de doenças oculares, o retinógrafo portátil de baixo custo, da Mirabile Visu Startup Ltda, incubada do UPF Parque Científico e Tecnológico, avançou mais um passo ao conquistar o registro do desenho industrial junto à Revista da Propriedade Industrial do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (RPI/INPI). O equipamento inovador é uma iniciativa da médica oftalmologista Daniela de Linhares Garbin Higuchi, a partir de um projeto desenvolvido durante o doutorado do Programa de Pós-Graduação em Envelhecimento Humano da Universidade de Passo Fundo (PPGEH/UPF).

O propósito do retinógrafo é oferecer aos usuários, profissionais da área da saúde, um produto eficiente, com custo até 15 vezes menor e de fácil manuseio, para que a aplicação na triagem de doenças oculares seja a mais abrangente possível. “A inovação para o modelo simplificado que propomos é o acréscimo de filtros biológicos que ampliam possibilidades de diagnósticos. O filtro de cor azul cora lesões da superfície da retina quando utilizado com colírio de fluoresceína, importante para avaliar traumas e alterações de superfície ocular e o filtro verde possibilita identificar lesões na camada de fibras nervosas da retina por meio da imagem do fundo do olho”, explica Daniela. Outro diferencial é o baixo custo, uma vez que a câmera que irá registrar as imagens encontra-se no celular do usuário do retinógrafo.

Da ideia à concretização

De acordo com Daniela, desenvolver um produto para a área da saúde envolve várias etapas de um processo complexo. “A primeira delas é a vontade de concretizar uma ideia, com delineamento e metodologias adequados, revisão de literatura, pesquisa de mercado, busca de parcerias, conhecimento de gestão e modelo de negócios, além do desenvolvimento do desenho industrial inicial”, comenta. “Com o registro do desenho industrial, entendemos que houve amadurecimento do modelo ideal do protótipo e da empresa, agregando credibilidade para o produto. Agora, a ideia é dar seguimento a partir do recurso da subvenção, desenvolvendo e aperfeiçoando o protótipo por meio dos testes de validação”, afirma Daniela.

Integram a equipe a orientadora de Daniela, a professora Dra. Ana Luísa Sant’Anna Alves e a co-orientadora, Dra. Ana Carolina Bertoletti de Marchi, ambas docentes do PPGEH. O desenvolvimento do produto também conta com a participação da equipe do Laboratório de Inovação Tecnológica em Projeto, Processos de Fabricação e Materiais (Lintec) e do UPF Parque. “O registro do desenho industrial foi possível após o amadurecimento do design do produto, a partir da evolução de modelos de protótipos, até alcançarmos um projeto final para uma primeira versão impressa”, menciona, destacando que a participação em programas de incentivo à pesquisa também foi uma etapa importante do processo. “Felizmente, fomos finalistas do Programa Centelha – RS, importante fonte de recurso para viabilizar o desenvolvimento do projeto”, conta.

Para ela, em todas as etapas, os profissionais que compõem a equipe multidisciplinar e atuam em suas respectivas áreas de atuação facilitaram a evolução do projeto. “Contamos também com parcerias fundamentais como a do UPF Parque e Lintec, que auxiliaram continuamente o desenvolvimento do projeto e todo o processo para alcançarmos o registro do desenho industrial do retinógrafo, uma conquista para todos”, ressalta.

De acordo com a médica, o trabalho agora se encontra na fase de testes. “Ainda temos um caminho a ser percorrido, mas estamos na fase de testes do protótipo, melhorando a forma de utilizar e a qualidade da imagem. A partir das melhorias que ainda devem ser realizadas, teremos um tempo para a produção das primeiras unidades que deve girar em torno de seis meses. São passos interdependentes e fundamentais para o processo da produção”, destaca a doutoranda.

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